Sinead O’Connor morreu de causas naturais, avançam autoridades

“O objetivo era confirmar que O’Connor morreu de causas naturais. O médico legista cessou assim o seu envolvimento no caso”, declarou o gabinete do médico legista.

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O funeral de Sinead O’Connor foi no passado dia 8 de Agosto, em Bray, na Irlanda Reuters/CLODAGH KILCOYNE
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A cantora irlandesa Sinead O'Connor, que foi encontrada morta na casa em Londres, em Julho passado, morreu de causas naturais, informou o médico legista nesta terça-feira.

Sinead O'Connor, conhecida pela sua voz aguda, pelas suas opiniões francas e pelo êxito de 1990 Nothing Compares 2 U, foi declarada morta no local. Então, a polícia tinha declarado que a sua morte, aos 56 anos, não estava a ser tratada como suspeita.

Ainda assim, o Instituto de Medicina Legal declarou que seria realizada uma autópsia antes de ser tomada uma decisão sobre a realização de um inquérito. “O objectivo era confirmar que O'Connor morreu de causas naturais. O médico legista cessou assim o seu envolvimento no caso”, declarou o gabinete do médico legista de Sul de Londres em comunicado.

Ainda nesta terça-feira foi anunciado um concerto em honra da artista irlandesa e do vocalista dos The Pogues, Shane MacGowan, a ter lugar no Carnegie Hall, em Nova Iorque, a 20 de Março. O espectáculo contará com a presença de artista como Mountain Goats, Cat Power ou Dropkick Murphys

Em Julho, o desaparecimento de Sinead O'Connor gerou consternação no meio artístico, com outros músicos a prestarem-lhe tributo, lamentando a sua morte prematura. “Era uma pessoa poderosa, que escreveu música incrível. Uma das compositoras mais importantes”, elogiou a norte-americana Tori Amos.

Para o seu funeral, em Agosto, reuniram-se milhares de fãs para prestar uma última homenagem, em Bray, na Irlanda, entoando algumas das suas canções e atirando flores à passagem do carro funerário.

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O funeral da artista CLODAGH KILCOYNE/Reuters

A vida de Sinead O'Connor foi marcada por altos e baixos e era conhecida a crise de saúde mental que enfrentava. Em 2017, publicou vídeos nas redes sociais em que surgia num estado frágil e confessava estar a atravessar uma fase de grande turbulência. “A minha vida inteira está a girar em torno de não morrer, e isso não é viver”, diria.

Em 2021, quando foi entrevistada pelo The Guardian, dizia estar num bom lugar, apesar do passado difícil num lar abusivo. “Mas não sou estúpida ao ponto de pensar que não terei recaídas. Sou uma sobrevivente de abuso em recuperação — e isso é o trabalho de uma vida. Não é como se renascesses ou algo assim.”

O’Connor teve quatro filhos, o terceiro dos quais cometeu suicídio em Janeiro de 2022, aos 17 anos.