Páginas da vida de Juan Carlos vieram a público, em Dezembro, quando Ángel Cristo, filho de Bárbara Rey, com quem o monarca teve um caso extramatrimonial que se arrastou por mais de duas décadas, confirmou que a mãe chantageou o então monarca.
Em directo na televisão, Cristo denunciou a infância problemática que teve, culpando a mãe, e descreveu os detalhes de uma “chantagem ao rei”, depois de o caso ter terminado. Terá sido o próprio Cristo que captou as imagens que a mãe viria a usar para encher uma conta bancária, quando esta deixou de ser alimentada mensalmente pelo monarca.
Agora, o jornalista Alejandro Entrambasaguas, que está a preparar um livro sobre o antigo rei espanhol, Juan Carlos I, O Rei no Deserto, foi ao programa TardeAR falar sobre a conversa que teve com o monarca. Nela, contou o repórter, Juan Carlos confirmou ter sido alvo de chantagem e manifestou-se “satisfeito” por a verdade ter sido exposta.
Ainda assim, o rei-emérito, actualmente a residir em Abu Dhabi, não deixou de apontar o facto de os escândalos se darem precisamente quando visita o país natal, desta feita para o aniversário da infanta Elena, a 20 de Dezembro. “Tanto ele como a sua comitiva acreditam que os escândalos são deliberadamente programados para coincidir com as suas visitas”, relatou o jornalista.
Essa é mais uma das razões pelas quais o rei prefere manter-se longe de Espanha, alega. O antigo monarca admitiu, segundo o jornalista, achar o dia-a-dia no emirado “aborrecido”, mas confessou ter medo que o seu regresso ao país implique sofrimento para “a Coroa e o filho”, mostrando-se pronto a defender os interesses de Felipe VI.
Aliás, a relação entre pai e filho mantém-se próxima, e os dois falam numa base diária, asseverou Entrambasaguas. Também o relacionamento com a rainha Sofia chegou a bom porto, sendo “bastante cordial” e constante. “Falam semanalmente, não só por telefone, mas também por videoconferência”, cita o jornalista.