O actor Idris Elba é o rosto da campanha de combate ao crime com facas na Grã-Bretanha. Nos últimos anos, têm aumentado os esfaqueamentos, sendo muitas das vítimas adolescentes. Os lucros desta campanha revertem a favor de organizações que trabalham para combater as causas deste tipo de crime.
Idris Elba, 51 anos, conhecido pelos seus papéis nas séries televisivas The Wire e Luther, exige a proibição imediata das catanas e das chamadas "facas zombie" — armas de lâmina originalmente inspiradas nos filmes de zombies.
Para dar início à campanha "Don't Stop Your Future" (Não trave o seu futuro, em tradução livre), foram colocadas pilhas de roupas cuidadosamente dobradas em filas no jardim da Praça do Parlamento, em Londres, para representar as pessoas que morreram enfaqueadas. Entre elas, roupas doadas pela família de um adolescente assassinado, usada no momento da sua morte.
"Todos os dias, aumenta cada vez mais o sentimento de impotência em nós, pais. Se tem filhos de uma certa idade, então sabe — esse sentimento é implacável", declara Elba no site da campanha. "Cada ida para a escola. Cada abraço de despedida. Não se pode deixar de pensar se é só isso ou se é o último."
Embora os tiroteios fatais sejam raros na Grã-Bretanha, os crimes com facas estão a aumentar. No ano que terminou, até Junho, cerca de 247 pessoas perderam a vida com o envolvimento de uma faca ou de um instrumento cortante, sendo que muitas das que morreram eram adolescentes ou tinham 20 e poucos anos. Por exemplo, em Setembro, uma jovem de 15 anos foi morta a caminho da escola, em Croydon; e na véspera de Ano Novo, um rapaz de 16 anos foi esfaqueado, em Londres.
Foram mortes sem sentido como estas que levaram Idris Elba a manifestar-se — o actor tem dois filhos, uma rapariga de 22 anos e um rapaz de 9. E diz: "Não posso ficar em silêncio enquanto mais vidas jovens se perdem devido a estes crimes brutais e sem coração."
Em Agosto passado, o Governo anunciou a proibição de catanas e facas do tipo zombie, bem como o aumento da pena máxima para a importação, fabrico, posse e venda destas armas e maiores poderes para a polícia as apreender. No entanto, as alterações ainda não foram objecto de legislação e Elba considera que o Parlamento não deu a atenção que o assunto merecia.