Pouco mais de dois anos depois de surpreender a enologia portuguesa com o anúncio de saída da Sogrape, António Braga apresenta finalmente as suas duas primeiras criações com assinatura própria: o Ipiranga, um Alvarinho muito original e desafiador, e o Cão que Ladra, uma aposta imaginosa, ousada e bem conseguida com uma casta duriense, a Mourisco, ou Marufo, que está longe de ser adorada pelos produtores e pelos enólogos. Para um enólogo apontado como provável sucessor da linhagem da Casa Ferreirinha que criou e consolidou o Barca Velha, de Fernando Nicolau de Almeida a Luís Sottomayor, com passagem por José Maria Soares Franco, a estreia em nome individual de António Braga tinha de ser auspiciosa. Em vez de um tinto ou um branco convencionais e majestosos, escolheu um caminho de risco. Fez bem.
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