Montenegro defende que Governo apenas tem de apresentar candidatura ao TGV

Líder do PSD desafia primeiro-ministro a responder se é exigido lançar concurso para a alta velocidade para não perder fundos comunitários.

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Luís Montenegro diz que ainda espera por resposta do primeiro-ministro sobre o TGV Reuters/PEDRO NUNES
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O líder do PSD, Luís Montenegro, defendeu, esta sexta-feira, que, para não perder fundos comunitários, o Governo apenas tem de apresentar até final de Janeiro a candidatura da linha de alta velocidade ferroviária e não lançar o concurso, como afirmou o primeiro-ministro. Essa é a informação de que o PSD dispõe até agora e que carece de confirmação por parte do primeiro-ministro, segundo o líder social-democrata. De qualquer forma, Montenegro disse, esta quinta-feira, no podcast Comissão Política, do Expresso, que não irá "obstaculizar" o lançamento do concurso do primeiro troço do TGV se estiverem em causa fundos comunitários.

“O PSD já instou o primeiro-ministro a dizer uma coisa que o primeiro-ministro está com dificuldades em dizer: é ou não é necessário lançar o concurso em Janeiro para garantir o financiamento europeu que está em causa? A informação que nós temos é de que não é. O que é preciso é apresentar a candidatura”, afirmou Luís Montenegro, em Amares, distrito de Braga.

Questionado se não poderá estar em causa a perda de 750 milhões de euros caso não seja lançado o concurso do primeiro troço do TGV até final do mês, Montenegro discordou.

“Isso é um erro. Aquilo que é necessário fazer, até prova em contrário, e o primeiro-ministro que dê a resposta, é apresentar a candidatura. Se o Governo não tem competência para apresentar a candidatura, é mais um sinal de incompetência”, salientou o líder social-democrata aos jornalistas, numa empresa, em Amares, no decorrer da iniciativa "Sentir Portugal" em Braga.

António Costa considerou esta semana ser “essencial a existência de condições políticas para avançar já este mês com o comboio de alta velocidade (TGV) e afirmou que nem países ricos desperdiçam um financiamento de 750 milhões de euros”.

O primeiro-ministro começou por referir que, em 2023, essa linha de alta velocidade entre Lisboa, Porto, Braga e Vigo não teve financiamento da União Europeia “por falta de maturidade do projecto, designadamente por não estar lançado o concurso”.

“Agora, temos a oportunidade de obter um financiamento até 750 milhões de euros da União Europeia se tivermos o concurso aberto até à data limite para a apresentação de candidaturas, que é no final de Janeiro. Espero que toda a gente compreenda a necessidade imperiosa de lançarmos o concurso para não se desperdiçar um financiamento importante”, assinalou o líder do executivo.