Este torneio equestre foi feito para ajudar órfãos e viúvas e teve direito a rainha

Exposição no Museu dos Coches evoca a campanha de solidariedade liderada por D. Amélia em virtude da tempestade que matou mais de cem pescadores do Norte em Fevereiro de 1892. Até 30 de Abril de 2024.

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O torneio do Hipódromo de Belém fotografado por Clemente dos Santos Cortesia: Museu dos Coches/DGPC

Foi a fome que empurrou aqueles homens para o mar. O Inverno ia longo e há já muitos dias que o mau tempo não lhes permitia sair para lançar as redes. Ao todo foram mais de mil os pescadores que tentaram a sua sorte ao largo de Aveiro naquele final de Fevereiro de 1892. Cento e cinco perderam a vida nas águas, no meio da tempestade, procurando combater a força das ondas e dos ventos com as suas embarcações demasiado frágeis para lhes resistir. Três morreriam já em terra, pelo menos um deles, escreve António Santos Graça na sua Epopeia dos Humildes, da dor imensa de não ter conseguido salvar um amigo o mestre João Praga vira afundar a companha do “tio” Jéque, seu compadre, e nunca mais falou, nem comeu.

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