2023, um ano para esquecer. Ou talvez não
Passar uma esponja por um ano desbaratado é tentador e pode até ser necessário para um novo ciclo de esperança. Mas não sejamos indulgentes: 2023 deixará marcas profundas para o futuro.
A primeira edição impressa do PÚBLICO de 2023 tinha uma manchete premonitória: “Marcelo avisa Governo para não desbaratar ‘estabilidade’ por ‘erros’ ou ‘inacção’” Até ao terramoto de 7 de Novembro, quando António Costa se demitiu sem estrondo, o aviso não foi apenas ignorado: foi olimpicamente desprezado. A história do ano que acaba é por isso uma história de esquecimento e desprezo pelo interesse nacional. Recordar tudo o que se passou é um caderno de encargos obrigatório, que com certeza os eleitores seguirão com zelo até 10 de Março. Passar uma esponja pela memória de um ano desbaratado é tentador e pode até ser necessário para que se crie um novo ciclo de esperança. Mas não sejamos indulgentes: 2023 deixará marcas com as quais o país vai ter de se confrontar.
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