Preparado para “enchente”, Porto descentraliza festejos de Ano Novo para evitar concentrações

Praça da República, Aliados e Palácio de Cristal são os três pólos de atracção da passagem de ano no Porto. Haverá ruas cortadas, revistas para entrar nos Aliados e reforço do transporte público.

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Festejos de ano novo vão acontecer nos Aliados, Palácio de Cristal e Praça da República Paulo Pimenta
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As obras de expansão do metro do Porto voltam a condicionar os festejos de Ano Novo na cidade, mas, ao contrário do que aconteceu há um ano, os Aliados voltam a ter um palco instalado. A opção do município foi, ainda assim, a de “espalhar as actividades”, evitando “grandes concentrações”, afirmou Rui Moreira. “Estamos convencidos de que temos todas as condições para que as coisas corram bem”, declarou. O fogo-de-artifício, que durará oito minutos, volta a ser lançado da Praça da República e haverá dois palcos principais, na Avenida dos Aliados e no Palácio de Cristal.

As previsões do tempo deixam o autarca Rui Moreira optimista, depois de, em 2022, ter cancelado os festejos por causa da chuva forte, vento e agitação marítima: “Não vai estar muito bom tempo, mas também não vai estar muito mau. Acreditamos que este ano vamos poder concretizar a operação.”

O plano de segurança, apresentado esta quinta-feira no Centro de Gestão Integrada, no Regimento dos Sapadores Bombeiros do Porto, prevê um policiamento de todos os espaços dos festejos e imediações, com um número de agentes ainda a definir. Nos Aliados, a PSP vai fazer revistas, adiantou o comandante Neto Gouveia. Para não atrapalhar a tradição, as garrafas de champanhe serão permitidas, mas “outro tipo de garrafas, que possam fazer perigar a segurança, vão ser condicionadas”, disse aos jornalistas, sem querer exemplificar.

Quem se deslocar para os lugares dos festejos, deve fazê-lo “com alguma antecipação, de modo a gerir as multidões”, aconselhou o comandante da PSP, pedindo também que as deslocações sejam feitas em transporte público e o que consumo de bebidas alcoólicas seja moderado.

A STCP vai ser reforçada a partir das 21h do dia 31, “quadruplicando a oferta, com autocarros de 15 em 15 minutos” e o metro terá uma “operação em contínuo durante toda a noite”, ficando a estação dos Aliados encerrada, acrescentou Cristina Pimentel, presidente do conselho de administração da STCP e administradora da Metro do Porto.

O trânsito será condicionado em dezenas de ruas, aconselhando-se, por isso, deslocações a pé ou de transportes públicos. Não será possível circular na Praça da República e em várias ruas adjacentes a partir das 21h do dia 31 e até à 1h30 do dia 1. Na Avenida dos Aliados e ruas adjacentes o trânsito será cortado a partir das 21h e só será reaberto às 7h do dia 1.

Haverá dois parques de estacionamento de apoio a esta operação: o da Casa da Música (com entradas pela Rua 5 de Outubro ou Avenida da Boavista), com um preço promocional de 1,5 euros entre as 12h do dia 31 e as 15h do dia 1. O parque de estacionamento do IPO (com entrada única pela Rua de S. Tomé) cobrará 2 euros também no período entre as 12h do dia 31 e as 15h do dia 1. Tanto de um ponto como de outro há metro e autocarros da STCP disponíveis.

As operações de limpeza arrancam na Praça da República e no Largo da Lapa meia hora depois de o fogo-de-artifício ser lançado, seguindo depois para o Palácio de Cristal. O município terá 70 trabalhadores em acção durante a madrugada, que serão rendidos por outros 80 a partir das 6h, podendo haver reforço, se for necessário. “A ideia é que a cidade acorde de cara lavada e limpa”, disse o vice-presidente e vereador do Ambiente, Filipe Araújo.

A cidade terá ainda “cuidados especiais para quem tem mobilidade reduzida”, salientou o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, dizendo que haverá lugares destinados a essas pessoas, que podem ter um acompanhante. Entre os três pólos de atracção serão instaladas uma centena de casas de banho públicas.

A estrela Richie Campbell

Os oito minutos de fogo-de-artifício lançado a partir da Praça da República serão acompanhados pelo humorista Francisco Menezes – num investimento de 40 mil euros. Nos Aliados, o cabeça de cartaz Richie Campbell sobe ao palco pouco depois da meia-noite. Antes, pelas 22h30, estará em palco o projecto do portuense André Tentúgal, We Trust; a noite fecha com uma live act do artista Zinko.

Nos jardins do Palácio de Cristal, a animação fica a cargo de Carolina Deslandes a partir das 22h30. Pouco depois da meia-noite, Jimmy P, artista nascido no Barreiro, mas que deu os primeiros passos na música no Porto, anima a entrada em 2024.

Os dois palcos vão acolher um “espectáculo multimédia, de nome ‘Porto Amado’”, do colectivo OCUBO: mote para a contagem decrescente de despedida de 2023, a partir das 22h50.

No dia 1 de Janeiro, a partir das 16h, mantém-se a tradição na Avenida dos Aliados, com um concerto de Ano Novo com a Banda Sinfónica Portuguesa.

“O cartaz é bom”, avaliou Rui Moreira, atirando para as condições climatéricas a avaliação final do sucesso dos festejos. Sem previsões de quantas pessoas pode a passagem de ano atrair, estão “garantidas” as condições de segurança para que tudo corra bem – com o Centro de Gestão Integrada a funcionar toda a noite e a videovigilância a dar uma ajuda. “Estamos preparados para ter uma grande enchente.”

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