Protesto da oposição na Sérvia acaba com 38 detenções
Oito polícias ficaram feridos, segundo as autoridades sérvias, nos protestos no domingo. As manifestações continuaram esta segunda-feira em Belgrado.
Um protesto da oposição sérvia com milhares de pessoas no centro de Belgrado no domingo acabou com alguns manifestantes a partir janelas da Câmara Municipal da capital sérvia, com a polícia a usar gás lacrimogéneo para os dispersar.
A polícia sérvia anunciou esta segunda-feira que oito agentes ficaram feridos e que houve ainda 38 detenções. No entanto, muitas pessoas continuaram a protestar, com estudantes a cortar ruas ao trânsito.
Os manifestantes exigiam a anulação dos resultados das eleições legislativas e locais de há uma semana. Observadores internacionais consideraram que as eleições não foram justas.
O porta-voz da polícia Ivica Ivkovic disse que dois dos polícias estavam feridos com gravidade. “Vamos continuar a trabalhar para manter a paz e a ordem, e esperamos mais detenções ainda relacionadas com os protestos da noite passada”, declarou, numa conferência de imprensa.
Os partidos da oposição acusaram a polícia de uso de força excessiva e algumas redes sociais mostraram imagens de polícias a agredir homens nas ruas perto da Câmara Municipal.
A Rússia, aliada da Sérvia, alegou que forças apoiadas por estrangeiros estavam a tentar causar problemas. “Há processos e tentativas de forças, incluindo do estrangeiro, para provocar esta agitação em Belgrado”, declarou o porta-voz do Kremlin Dmitri Peskov. “Não temos qualquer dúvida de que a liderança da república vai assegurar o cumprimento da lei.”
A primeira-ministra cessante Ana Brnabic agradeceu aos serviços secretos da Rússia terem dado informações sobre actividades planeadas pela oposição. “Esta declaração não vai ser popular no Ocidente”, declarou Brnabic, do Partido Progressista Sérvio (SNS), num programa televisivo.
A Sérvia, candidata à União Europeia, tem resistido à pressão de países ocidentais para impor sanções contra a Rússia.
A oposição, liderada pela aliança de centro-esquerda Sérvia Contra a Violência, alega que houve fraude eleitoral, especialmente na capital, Belgrado, que esperava ter vencido.
Uma missão de observadores eleitorais disse que o SNS ganhou uma vantagem irregular através da parcialidade dos media, da interferência indevida do Presidente, Aleksandar Vucic, e outras irregularidades, incluindo a compra de votos.