André Ventura: se país quiser “alternativa igual à do PS, vota no PSD”

Líder do Chega admite objectivo de ter mais votos do que o PSD nas eleições de 10 de Março: “O PSD é um partido livre, como o Chega, alia-se com quem quiser.”

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De visita ao mercado de Natal do Rossio, na Baixa de Lisboa, Ventura defendeu a necessidade de uma "solução nova" LUSA/TIAGO PETINGA
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O presidente do Chega, André Ventura, defendeu este sábado que se o país quiser uma alternativa "igual à do PS, vota no PSD" nas eleições de Março, classificando o seu partido como uma escolha "de ruptura".

"O país vai ter que decidir que alternativa quer: se quer uma alternativa basicamente igual à do PS, vota no PSD. Se quer uma alternativa diferente e de ruptura, como está a acontecer por todos os países da Europa, vota no Chega", defendeu André Ventura, no início de uma visita ao mercado de Natal do Rossio, em Lisboa.

Em declarações aos jornalistas, André Ventura insistiu nas críticas à coligação pré-eleitoral anunciada por PSD e CDS, a Aliança Democrática, ao mesmo tempo que sublinhou que "o adversário da direita deve ser o PS" e o seu líder, Pedro Nuno Santos, que acusou de hipocrisia.

"O Chega não está nem de um lado, nem de outro. Nem da hipocrisia de Pedro Nuno Santos, ao não reconhecer os seus próprios erros, nem da hipocrisia de uma coligação que se faz por meras razões tácticas, de forma apressada, atabalhoada e que não tem nenhuma solução para dar ao país", defendeu.

Ventura defendeu a necessidade de uma "solução nova" para que Pedro Nuno Santos "não passe incólume, como tem acontecido, pelos pingos da chuva, dizendo que vai fazer diferente".

"Acho que temos que propor o contrário: o PS que está a propor mudanças para 2024 é o PS que não as faz desde 2015 – e, portanto, não é com uma solução com 40 anos [coligação Aliança Democrática] que vamos contrapor este PS, é com uma solução nova, com propostas novas e disruptivas, é isso que o Chega quer fazer", disse.

Questionado sobre se mantém o objectivo de ter mais votos do que o PSD nas legislativas antecipadas de 10 de Março, agora que foi anunciada a coligação pré-eleitoral, Ventura respondeu: "Sim, claro, nós não mudamos o nosso objectivo, o PSD é um partido livre, como o Chega, alia-se com quem quiser, neste caso, é uma aliança com um partido que não tem grande expressão eleitoral".

Depois das declarações à imprensa, o líder do Chega desceu do Largo do Camões até à Praça Dom Pedro IV, para visitar o mercado de Natal, acompanhado de uma comitiva de cerca de quarenta dirigentes e apoiantes do partido, com alguns deputados.

Pelo caminho foi requisitado para "selfies" e desceu a rua entre pessoas que o elogiavam e alguns transeuntes que gritaram "fascista". Na visita pelo mercado, André Ventura tirou uma fotografia com o Pai Natal, e disse: "Quem tem um Pai Natal ao lado não precisa de mais nenhum aliado, isto está ganho".

Numa banca de doces típicos desta época festiva, André Ventura não comeu e ofereceu o bolo à deputada Rita Matias, dizendo que precisava de fazer dieta para a campanha. "Isto só pode aumentar em peso político", gracejou.