Ludmila Ulitskaya: “Ninguém vem a casa da avó para o almoço de domingo”
Aos 80 anos, e quando foi reeditado em Portugal o emblemático Mentiras de Mulher, a russa fala da sua errância e da guerra como constitutivas da sua identidade e da sua literatura.
Afável, esquiva, sentido de humor apurado, contida em todas as respostas directamente ligadas à situação política actual na Rússia, algo contrastante com comentários considerados corajosos contra o regime de Vladimir Putin nos primeiros anos da sua vigência, e mesmo quando, em 2014, invadiu a Crimeia. Os tempos mudaram, o alcance de Putin é maior. A escritora mantém a sua posição de opositora, mas de modo mais silencioso. A cada pergunta, percebe-se uma grande atenção a quem fala com ela, como que a querer ler um sentido na expressão facial de quem a faz antes de lhe chegar a tradução. Ela só fala russo e o alemão suficiente para poder comprar alimentos em Berlim, cidade onde vive desde o início da guerra na Ucrânia.
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