Consultório: qual a diferença entre o pét-nat e o vinho espumante?

Questões pertinentes e dúvidas persistentes em redor do Vinho Verde, respondidas pelo crítico de vinhos e jornalista de gastronomia José Augusto Moreira.

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Assemelham-se nas bolhinhas, porém o processo de geração de gás carbónico distingue o pét-nat do espumante. Anna Costa
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Se nem tudo o que brilha é ouro, também nem tudo o que tem bolhinhas é um espumante. Para ser transformado em espumante, o vinho precisa de ser sujeito uma segunda fermentação, o que não acontece com os pét-nat. Ou seja, a diferença entre um pét-nat e um espumante é precisamente a que distingue o vinho comum do espumante.

O pét-nat é, portanto, um vinho como todos os outros, cuja diferença resulta do facto de ser engarrafado ainda antes de terminada a sua fermentação. Como o processo vai terminar já dentro da garrafa fechada (normalmente, com cápsula de metal), o gás carbónico resultante desse final de fermentação (transformação dos açúcares da fruta em álcool) fica retido na garrafa. Além do gás – as bolhinhas –, tem também alguma borra, pelo que é normal que os pét-nat apresentem alguma turbidez.

A designação resulta da abreviatura de pétillant naturel, as palavras do francês para designar o gás natural que, em meados do século XVII, o monge beneditino Don Pérignon descobriu ser o responsável pelo rebentamento de muitas das garrafas que guardava na cave do convento.

É a partir daí que avança para o processo de provocar uma segunda fermentação, controlando e potenciando as qualidades do processo. É esta segunda fermentação que está na base dos espumantes, processo que viria, já no início do século XIX, a ser aperfeiçoado pela Madame Cliquot de Ponsardin, ao engendrar um método de limpeza e clarificação dos vinhos espumantes.

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Este artigo foi publicado na edição n.º 12 da revista Singular.

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