Este ano, “Feliz Natal” tem sotaque sueco em Alvalade

No último clássico de 2023, Viktor Gyökeres e Pedro Gonçalves marcaram os golos do triunfo do Sporting frente ao FC Porto, por 2-0

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Gyökeres marcou um golo e fez uma assistência contra o FC Porto LUSA/MIGUEL A. LOPES
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A tradição diz-nos que a época natalícia nem sempre é acompanhada de sorrisos em Alvalade. Porém, este ano não faltam motivos para que os sportinguistas façam votos de “Feliz Natal”. De preferência, com sotaque sueco. Liderado, para não variar, por Viktor Gyökeres, o Sporting fez uma grande exibição no clássico frente ao FC Porto e, num jogo onde Eduardo Quaresma foi a (boa) surpresa de Rúben Amorim, os “leões” venceram os “dragões”, por 2-0 – golos de Gyökeres e Pedro Gonçalves –, e recuperaram a liderança isolada do campeonato.

Na antevisão do clássico, entre trocas de elogios mútuos, Amorim e Sérgio Conceição insistiram na importância que a “parte mental” teria na partida. Se do lado portista foi destacado um “jogo digno de Champions”, do lado sportinguista a mensagem foi clara: “O FC Porto tem uma mentalidade forte. Há que dar mérito a Sérgio Conceição, que consegue sempre implementar aquela dinâmica.” E foi aí que Amorim começou por ganhar o braço-de-ferro com Conceição: conseguindo que os seus jogadores entrassem em campo com a mesma “mentalidade forte” do adversário.

O anúncio dos “onzes” era aguardado com expectativa, uma vez que a condição física de Pepe colocava o capitão do FC Porto em dúvida até à hora do arranque da partida. Porém, o internacional português recuperou e surgiu na equipa titular dos “azuis e brancos”, e, quem não estava era o habitual capitão do Sporting: com uma mialgia na perna esquerda, Sebastián Coates ficou fora de combate.

Sem um dos pilares da sua defesa - Jeremiah St Juste também está lesionado – e com Geny Catamo a surgir na direita, Amorim tinha Ricardo Esgaio, Matheus Reis e Luís Neto como opções mais lógicas para completar o trio central. Porém, o técnico “leonino” tinha um trunfo escondido na manga: Eduardo Quaresma.

Com apenas 52 minutos de utilização no campeonato e 14 na Taça de Portugal, o jovem que na última época praticamente não foi utilizado no Hoffenheim surgiu em campo com uma missão bem definida: retirar a Galeno o espaço de que o extremo portista tanto gosta (e precisa) para se destacar. Mas Quaresma não se limitou a fechar a porta a um jogador que quatro dias antes tinha brilhado na Liga dos Campeões. Quaresma, a par de Morten Hjulmand no meio-campo, foi um dos jogadores que mais mostraram a “mentalidade forte” que Amorim tinha pedido.

Do lado dos “dragões”, mesmo com Pepe no “onze”, houve uma pequena surpresa de Conceição: Zé Pedro voltou a sentar Fábio Cardoso no banco – David Carmo nem nos 23 teve lugar.

Com as lições de ambos os lados bem estudadas, o início da partida prometeu. Com as duas equipas a colocarem intensidade e forte pressão sobre o adversário em todas as bolas, o encontro começou repartido, mas Viktor Gyökeres só precisou de uma oportunidade para mudar por completo o rumo do jogo.

Aos 11’, o sueco foi lançado por Matheus Reis, fez o que poucos conseguem (ganhar o duelo individual com Pepe) e colocou a bola no buraco da agulha, não dando hipóteses de defesa a Diogo Costa.

A ganhar, os “leões” ficaram na sua selva. Recuando as suas linhas, o Sporting convidou o FC Porto a avançar e, ganhando quase sempre os duelos, rapidamente lançava em velocidade Gyökeres, Pedro Gonçalves ou Edwards. Com isto, os níveis de ansiedade e nervosismo dos portistas subiam - apenas conseguiram criar uma oportunidade de golo na última jogada da primeira parte -, e foram os sportinguistas que estiveram muito perto do 2-0 antes do intervalo: após uma enorme jogada de Quaresma, Gyökeres ainda festejou o “bis”, mas o golo foi invalidado por uma falta do defesa sportinguista.

Após 45 minutos em que a sua equipa mostrou sempre ter mais problemas do que soluções, Conceição terá, certamente, tentado corrigir as falhas portistas ao intervalo. Todavia, qualquer que fosse a estratégia do FC Porto para a segunda parte, a mesma ruiu ao fim de um par de minutos: Pepe acertou com a mão na boca de Matheus Reis e foi expulso.

Com o rival em inferioridade numérica, o jogo ficava ainda mais à medida do futebol do Sporting e, com os “dragões” ainda mais débeis na defesa – Varela recuou para o lado de Zé Pedro -, o inevitável aconteceu: Catamo (outra grande exibição) lançou Gyökeres e, com muito espaço, o sueco ofereceu o 2-0 a Pedro Gonçalves.

Ficava a faltar ainda meia hora e, mais com o coração do que com a cabeça, o FC Porto ainda se aproximou num par de ocasiões da baliza de Adán, mas, até ao final, foi sempre mais real a ameaça do 3-0 do que do 2-1.

De forma justa e com Amorim a ganhar todas as apostas, o Sporting voltou a derrotar o FC Porto no campeonato e, neste Natal, será o líder isolado do campeonato.

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