Calou-se a velha canção georgiana de Otar Iosseliani
O realizador de Pastoral e de Os Favoritos da Lua morreu aos 89 anos. Iosseliani foi um cineasta com horror ao “drástico”, autor de filmes magníficos com raízes profundas na cultura do seu país.
Quem se lembra de Os Favoritos da Lua, que em meados dos anos 1980 se manteve semanas a fio no Quarteto? O nome de Otar Iosseliani evoca também isso, uma época que já parece longínqua, quando a relação colectiva com o cinema dos bem ou mal chamados “autores” não era uma coisa de nichos cinéfilos, antes um elemento comum, quase banal, da dieta cultural. Comparar o impacto que o nome de Iosseliani teve durante algum tempo – anos 1980, anos 1990 – com a indiferença progressiva com que foram recebidos os seus derradeiros filmes (Chantrapas, de 2010, o último estreado em Portugal, quantos foram ver?) também serve para contar esta história de crescimento de um desinteresse, esta história de uma mudança trágica de hábitos culturais.
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