A retalhista de moda sueca H&M anunciou nesta sexta-feira uma queda de 4% nas vendas de Setembro a Novembro. A queda é maior do que a que tinha sido prevista pelos analistas, 3%, numa altura em que a empresa diz querer dar prioridade ao lucro.
Trata-se da maior queda desde o terceiro trimestre de 2022. A segunda maior retalhista de moda cotada na bolsa a nível mundial, depois da Inditex, tem dado prioridade à sua margem de lucro em detrimento das vendas. O objectivo é atingir uma margem operacional de 10% para 2024. Nos primeiros nove meses deste ano, o valor foi de 5,9%.
A H&M tem vindo a perder terreno para a Inditex, proprietária da Zara, que, também esta semana, apresentou um aumento de 15% nas vendas nos nove meses até Outubro e um aumento de 14% nas seis semanas seguintes.
No entanto, este ano, as acções da H&M superaram o desempenho da Inditex, com um aumento de cerca de 56%. Os investidores apostam na capacidade da empresa para recuperar depois de a inflação ter afectado a rentabilidade. Nos últimos anos, em que o custo de vida subiu globalmente, a H&M foi mais lenta a aumentar os preços do que a Zara, uma vez que a base de clientes da marca é, em média, mais sensível a estas alterações.
Em coroas suecas, as vendas líquidas mantiveram-se praticamente inalteradas em 62,6 mil milhões de coroas (5,58 mil milhões de euros), contra uma previsão média de 63,2 mil milhões.
Tanto a H&M como a Inditex debatem-se com a concorrência da Shein, que, no ano passado, terá gerado cerca de 21 mil milhões de euros em receitas globais. A marca chinesa foi mesmo responsável por quase um quinto do mercado global de fast fashion em 2022, ultrapassando as retalhistas sueca e espanhola.