Ana Isabel Castro ganha Prémio Jovens Artistas do Coliseu Porto na área da dança

A bailarina e coreógrafa natural da Póvoa de Varzim foi distinguida com este prémio no valor de 5 mil euros. A sua mais recente criação, Pechisbeque, foi apresentada no Festival DDD em Abril.

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Ana Isabel Castro Paulo Pimenta
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A bailarina e coreógrafa Ana Isabel Castro, uma das criadoras mais sui generis da nova geração da dança portuguesa, foi distinguida com o Prémio Jovens Artistas Coliseu Porto Ageas – Dança, no valor de 5 mil euros. A cerimónia de entrega do prémio teve lugar esta sexta-feira às 18h.

De periodicidade anual, este galardão lançado em 2021 tem como objectivo reconhecer e promover talentos emergentes do panorama nacional nas disciplinas do circo e da dança. Abrange intérpretes, coreógrafos, cenógrafos, produtores, programadores, entre outros profissionais activos nestas duas áreas, até aos 30 anos. A escolha é feita por um júri exterior à instituição: neste caso, Ana Isabel Castro foi eleita por Ana Borralho, João Galante, Max Oliveira, Miguel Ramalho, Olga Roriz e Susana Otero, seis figuras ligadas às artes performativas.

“É com muita felicidade que recebo este primeiro prémio, que acredito ser um incentivo e reconhecimento aos jovens criadores portugueses”, afirma Ana Isabel Castro no comunicado do Coliseu enviado aos jornalistas. “Penso que fará com que o meu trabalho chegue a mais pessoas e, acima de tudo, reforça a vontade de continuar.”

“Elencar jovens artistas, premiando-os, surge como um desígnio do Coliseu”, assinala Miguel Guedes. Para o presidente da instituição portuense, este tipo de prémios “são fundamentais como epicentros de visibilidade de gente que faz, muitas vezes de uma forma quase invisível, um trabalho extraordinário que só precisa de ser mencionado, valorizado, comunicado e incentivado.”

Natural da Póvoa de Varzim, Ana Isabel Castro (n. 1994) é licenciada pela Escola Superior de Dança de Lisboa e frequentou o FAICC – Formação Avançada em Interpretação e Criação Coreográfica da Companhia Instável. Como bolseira Erasmus no MUK, em Viena, trabalhou com Esther Balfe, Saju Hari e Georg Blaschke.

Colaborou como intérprete com a Compagnie 7273, Circolando, Companhia Instável, Kale Companhia de Dança, Jonathan Uliel Saldanha, Joclécio Azevedo e Diogo Oliveira. No Festival DDD – Dias da Dança de 2019 apresentou a sua primeira criação em nome próprio, Marengo, e, na edição de 2021, ICEBERG. Foi um dos JAA! — Jovens Artistas Associados do Teatro Municipal do Porto nas temporadas de 2019/2020 e 2020/2021.

Pechisbeque é a sua mais recente criação, estreada no DDD deste ano. “Escolhi a dança como profissão e andei a reflectir sobre o que é isso de apresentar um espectáculo. A insegurança que isso traz, as escolhas que têm de ser feitas para ir atrás de um objectivo, os processos e as discussões que não são visíveis no resultado, a relação com o público”, disse a coreógrafa ao Ípsilon em Abril, numa conversa sobre Pechisbeque.

Intrigante, ambivalente, hipnótica, Ana Isabel Castro tem desenvolvido um trabalho com uma cosmogonia muito própria, onde a erudição do ballet (e não só) convive com o folclore, onde o barroco se bifurca na pop, onde iconografias de diferentes épocas e contextos são postas numa máquina trituradora do tempo e da história da arte, numa força imagética que pode ter várias direcções e interpelações.

Em 2022, este prémio do Coliseu foi atribuído ao acrobata, criador e artista de circo Daniel Seabra.

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