Bravo 2023!: a revista do Teatro Praga é para afundar o ano de vez – e Marina Mota dá uma ajuda
De quarta a 22 no São Luiz, a 12 e 13 de Janeiro no Rivoli, enterra-se um ano fértil em desgraças.
Guerras, manifestações, governos em queda, o populismo de extrema-direita a esfregar as mãos na caça aos votos, os juros à habitação a lembrar que isto de ter casa própria é um luxo, cidades esganadas pelo processo de gentrificação em curso, traumas, acidentes, um submarino afundado, um palco-altar com vista para o Tejo para receber uma aparição do Papa, toda uma colecção de acontecimentos mais ou menos desastrados, com queda para a desgraça. Se ninguém antes se lembrou disto, lembrou-se o Teatro Praga: passar em revista o ano que está prestes a bater as botas, mas fazê-lo em clima de festa desabrida, com atribuição de prémios. Prémios para celebrar o pior, claro está, porque de espaços onde se aplaude (muitas vezes com sorriso forçado) aquilo que foi considerado o melhor do ano já estamos servidos. Por isso, nesta reinvestida do Teatro Praga no universo e nos códigos da revista à portuguesa, canta-se, logo a abrir a função, com uma exuberância festiva e feliz “Bravo 2023, ai se eu pudesse apagava-te de vez”.
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