Sporting cai em grande jogo em Guimarães
Numa partida emocionante e de qualidade, os vimaranenses conseguiram impor aos “leões” a segunda derrota no campeonato.
Para quem coloca tantas vezes em causa a competitividade da Liga portuguesa, a jornada 13 está a ser de azar. Um dia depois de o Benfica empatar pela segunda ronda consecutiva para o campeonato, o Sporting viajou até Guimarães com a possibilidade de deixar as “águias” a quatro pontos de distância, mas após um grande jogo no Minho, regressou a Lisboa com a segunda derrota na prova: num duelo emocionante, os vimaranenses conseguiram vencer, por 3-2. Com este desaire, a equipa de Rúben Amorim pode ser alcançada pelo FC Porto no topo da classificação.
A uma semana de receber os “dragões” para o campeonato, o Sporting deslocou-se a Guimarães com a moralizadora notícia de mais um deslize do Benfica, o que deixava os “leões” com a possibilidade de deixarem as “águias” a quatro pontos de distância. Mas Amorim tinha um problema para resolver, na construção do “onze” para jogar no Estádio D. Afonso Henriques: a ausência por castigo de Sebastián Coates.
Com St. Juste novamente fora de combate por tempo indeterminado, após sofrer mais uma lesão - entorse no tornozelo esquerdo -, o puzzle defensivo sportinguista foi montado com peças adaptadas aos espaços disponíveis.
Assim, Diomande assumiu a posição central no trio defensivo “leonino”, Inácio manteve-se à esquerda, mas, na direita, surgiu Esgaio como novidade - Catamo ocupou a ala direita, com Matheus Reis no lado oposto.
Do outro lado, sem fazer grandes mudanças em relação à vitória na última jornada em Faro - Tiago Silva entrou para o lugar de Dani Silva -, Álvaro Pacheco manteve o seu figurado táctico habitual – 3x5x2 – e, com as duas equipas com sistemas similares, grande parte da primeira metade da partida traduziu-se num equilíbrio de forças, sem que ninguém corresse grandes riscos.
Isto apesar de duas boas oportunidades para ambas as equipas nos primeiros dez minutos: Jota ameaçou Adán aos 4’; Pedro Gonçalves, com uma grande jogada individual, forçou Varela a mostrar toda a sua qualidade, aos 8’.
A partir daí, embora jogado sempre com altos níveis de intensidade, o duelo entre vitorianos e sportinguistas foi-se arrastando sem oportunidades e um controlo definido por qualquer dos clubes, embora o Sporting parecesse sempre ser a equipa menos disposta a contentar-se com o zero no marcador.
E essa ligeira supremacia “leonina”, que se traduziu ao intervalo em vantagem na estatística (65% de posso e 5-2 em remates), foi premiada com um golo na sequência de um lance de bola parada: aos 42’, Morita foi mais forte num duelo com um defesa vimaranense, deixando a bola à mercê de Gonçalo Inácio, que só teve de empurrar para o fundo da baliza.
O golo, bem perto do intervalo, parecia surgir no melhor momento para os “leões” que, pouco depois, viram um grande golo de Pedro Gonçalves ser invalidado por um ligeiro adiantamento do sportinguista. Porém, no melhor momento do rival, o V. Guimarães conseguiu evitar ir para os balneários a perder.
Já no período de descontos, Ricardo Mangas caiu na área num lance dividido com Adán e, apesar dos fortes protestos do guarda-redes espanhol, foi assinalada grande penalidade, que Tiago Silva aproveitou para fazer o 1-1.
Ao intervalo, Amorim trocou Esgaio por Nuno Santos – Matheus Reis passou para a zona central -, o que, em teoria, dava mais tracção ofensiva aos “leões”. Na prática, a mudança ajudou a partir a partida.
Com o confronto mais aberto, a bola passou a circular de forma mais rápida de um lado ao outro do campo e, em cima da hora de jogo, Gyökeres fez algo raro esta época: desperdiçou duas oportunidades num par de minutos.
Mostrando audácia, Rúben Amorim fez de imediato uma alteração dupla (Paulinho e Trincão por Hjulmand e Edwards) e o extremo português, aos 71’, esteve muito perto de marcar: com um remate de pé esquerdo, Trincão obrigou Varela a fazer mais uma grande defesa.
A partida estava sem amarras de ambos os lados e, na resposta, foi o V. Guimarães que marcou: de forma infeliz, Morita desviou um remate de André Silva e marcou na própria baliza.
Quatro minutos depois, o Sporting parecia respirar de alivio - Pedro Gonçalves assistiu Nuno Santos que fez o 2-2 -, mas o jogo estava num ritmo louco e os minhotos nem tempo tiveram para lamentar a perda da vantagem: aproveitando as (evidentes) lacunas dos “leões”, Dani Silva, tabelou com Mangas e bateu Adán pela terceira vez.
A partir daí, o Sporting arriscou tudo, quase sempre com mais coração do que cabeça, mas o Vitória soube segurar a vantagem, que deixa os vimaranenses a seis pontos da liderança do campeonato.