Juiz de instrução decreta prisão preventiva de governantes detidos na Guiné-Bissau

Oposição ao Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, considera que o processo contra o ministro da Economia e Finanças e o secretário de Estado do Tesouro é fraudulento.

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O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, dissolveu o Parlamento na segunda-feira Jarius Mmutle/Government Communication Information System (GCIS)/Handout via REUTERS
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Um juiz de instrução criminal decretou esta sexta-feira a prisão preventiva para os dois membros do Governo guineense detidos há uma semana e acusados de pagamento ilegal a empresários, disse à Lusa fonte judicial. A fonte precisou que o juiz considerou procedente a alegação de risco de fuga apontada pelo Ministério Público, que mandou deter os dois governantes a 30 de Novembro.

O ministro da Economia e Finanças, Suleimane Seidi, e o secretário de Estado do Tesouro, António Monteiro, encontram-se detidos nas celas da Polícia Judiciária em Bissau.

O Ministério Público investiga os dois governantes para apurar os contornos do pagamento de seis mil milhões de francos CFA (mais de 9,1 milhões de euros) a 11 empresários próximos do Governo, num processo que a oposição considera fraudulento.

O Ministério Público ouviu os dois responsáveis por suspeita de prevaricação e desrespeito das normas orçamentais a 30 de Novembro e no mesmo dia mandou detê-los; esta sexta-feira, o juiz de instrução criminal confirmou a prisão preventiva alegando risco de fuga do país.

O caso acabou por estar na origem de tensões político-militares que culminaram com a decisão do Presidente da República da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, de dissolver o Parlamento por considerar que aquele órgão esteve do lado dos governantes em vez de defender o interesse público.

O Presidente considerou toda a operação de pagamento aos 11 empresários como um acto de corrupção.

Os governantes foram retirados das celas há uma semana por agentes da Guarda Nacional, que os colocaram no seu aquartelamento em Bissau, e horas depois registaram-se confrontos armados entre aquela força de segurança e a guarda da Presidência da República.

As Forças Armadas guineenses desencadearam operações que culminaram na recondução dos dois governantes às celas da Polícia Judiciária e na detenção do comandante da Guarda Nacional. Nos confrontos, pelo menos duas pessoas morreram.

O Presidente guineense considerou a acção da Guarda Nacional uma tentativa de golpe de Estado.