Poeta brasileiro Fabrício Corsaletti vence Jabuti de livro do ano

Maior prémio literário do Brasil tem quatro categorias principais. Na de romance literário, coube a Ruy Castro o primeiro lugar com Os perigos do imperador: um romance do Segundo Reinado

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Poeta Fabrício Corsaletti Fotografia da rede social Facebook
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O livro Engenheiro Fantasma, do poeta Fabrício Corsaletti, venceu a categoria livro do ano na 65.ª edição do Prémio Jabuti, que escolhe anualmente os autores de maior destaque no Brasil. Corsaletti entrou na disputa com uma obra de poemas, na qual se imagina na pele do músico, compositor e Nobel da Literatura 2016 Bob Dylan, narrando uma temporada de exílio voluntário que o cantor teria ficcionalmente vivido na capital argentina, Buenos Aires.

O anúncio dos premiados com o Jabuti, promovido pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), ocorreu na terça-feira, 5 de Dezembro, no Theatro Municipal de São Paulo, cerimónia que teve como personalidade literária o autor infanto-juvenil Pedro Bandeira, reconhecido como um dos mais influentes autores da literatura infanto-juvenil brasileira.

Os prémios, divididos nas categorias temáticas de Literatura, Não-ficção, Produção editorial e Inovação, têm ainda outras 21 subcategorias. Em 2023, o Jabuti registou 4245 títulos inscritos.

No Romance Literário, coube a Ruy Castro o primeiro lugar com Os perigos do imperador: um romance do Segundo Reinado, que narra o atentado fictício para assassinar D. Pedro, último imperador do Brasil.

Entre as obras vencedoras também está Por quem as panelas batem, do jornalista e autor Antônio Prata, que venceu na categoria Crónica. A obra retrata o caos político no Brasil em crónicas políticas publicadas no diário Folha de S.Paulo entre Junho de 2013 e 2021.

O Jabuti também distinguiu o melhor livro de um autor estreante, reconhecimento que foi concedido a Extremo Oeste, de Paulo Fehlauer.

Na categoria Ficção, foram ainda vencedores os títulos Educação Natural: Textos Póstumos e Inéditos, de João Gilberto Noll (conto), Dentro do Nosso Silêncio, de Karine Asth (romance de entretenimento), Óculos de Cor: Ver e Não Enxergar, da historiadora Lilia Moritz Schwarcz e Suzane Lopes (juvenil), Doçura, de Emilia Nuñez e Anna Cunha (infantil), e Mukanda Tiodora, de Marcelo D'Salete (HQ, Histórias em Quadrinhos/Banda Desenhada).

Na Não-ficção venceram Walter Firmo: no verbo do silêncio a síntese do grito, de Sérgio Burgi (Artes) sobre o fotógrafo Walter Firmo, a cuja obra o Instituto Moreira Salles (IMS), em São Paulo, dedicou uma retrospectiva em 2022; Poder camuflado: os militares e a política, do fim da ditadura à aliança com Bolsonaro (Biografia e Reportagem), Emergência climática: o aquecimento global, o ativismo jovem e a luta por um mundo melhor, de Matthew Shirts (Ciências), Humanamente Digital: inteligência artificial centrada no humano, de Cassio Pantaleoni (Ciências Humanas), Limites da democracia: de junho de 2013 ao governo Bolsonaro, de Marcos Nobre (Ciências Sociais), e Receitas do Favela Orgânica, de Regina Tchelly (Economia Criativa).

Na categoria de Produção Editorial, os contemplados foram Mensagem, que teve uma capa criada por Flávia Castanheira, A notável história do homem-listrado, ilustrado por Fayga Ostrower (ilustração), Expresso 2222, de Paulo Chagas e Ana Oliveira (projecto gráfico), Finnegans Rivolta, do Coletivo Finnegans, Dirce Waltrick do Amarante (tradução).

Por fim, a categoria Inovação contemplou Álbum Guerreiras da Ancestralidade do Mulherio das Letras Indígenas (fomento à leitura) e Marrom e amarelo, que venceu a categoria de livro brasileiro publicado no exterior.