Prolongamento a Alcântara da Linha Vermelha do metro vai custar 322 milhões
Consórcio de Mota-Engil e Batignolles construirá linha de quatro quilómetros e estações de Amoreiras/Campolide, Campo de Ourique, Infante Santo e Alcântara. Obras terminam em 2026.
O Metropolitano de Lisboa anunciou, na tarde desta terça-feira, a adjudicação da concepção e da construção do prolongamento da Linha Vermelha até Alcântara ao consórcio formado pelas empresas Mota-Engil – Engenharia e Construção, S.A. e SPIE Batignolles Internacional – Sucursal em Portugal. Tendo o concurso um preço base de 330 milhões de euros, a proposta vencedora propõe em preço contratual de 321,9 milhões de euros para a construção do traçado entre São Sebastião e Alcântara e de quatro estações: Amoreiras/Campolide, Campo de Ourique, Infante Santo e Alcântara.
“O prolongamento da linha Vermelha a Alcântara irá servir zonas com forte atracção e geração de viagens, com significativa densidade habitacional e de emprego, escolas, comércio e serviços, assim como alvo de grande reabilitação urbanística, como é exemplo a zona de Alcântara”, assinala o metro em comunicado. Nele, refere que esta última estação, que será à superfície, fará a ligação à futura Linha Intermodal Sustentável, promovendo a ligação ao concelho de Oeiras (LIOS Ocidental). As obras deverão começar no próximo ano, prevendo-se que a extensão da linha do metro entre ao serviço em 2026.
Estima-se que a procura diária captada nas quatro estações que integram este prolongamento “corresponderá a um acréscimo de 4,7% de clientes em toda a rede”, sendo que cerca de 87,8% do acréscimo de procura estimado corresponde aos actuais utilizadores do transporte colectivo, assinala a empresa pública. A transportadora nota ainda que “a procura captada ao segmento dos actuais utilizadores de transporte individual representa 11,8%, correspondendo a menos 3,7 mil viaturas individuais a circular diariamente, com ganhos de tempos de 72%, dos quais 53,2% correspondem aos actuais utilizadores”.
Considerando a análise a 30 anos, as emissões evitadas ascenderão a 175,6 mil toneladas de dióxido de carbono (CO2). Estima-se, ainda, que a transferência de passageiros dos modos rodoviários para o Metro de Lisboa permitirá evitar a emissão de 6,2 mil toneladas de CO2 equivalente no primeiro ano de operação.
O custo total elegível previsto para o prolongamento da linha Vermelha da estação de São Sebastião até Alcântara é de 405,4 milhões de euros. Encontra-se previsto no PRR – Plano de Recuperação Resiliência 2021-2026 e conta com um investimento europeu de 304 milhões de euros e um apoio financeiro nacional de 101,4 milhões de euros. A esta empreitada concorreram as seguintes empresas e consórcios de empresas: FCC Construcción, Contratas Y Ventas, SAU e Alberto Couto Alves; Teixeira Duarte, Casais, Alves Ribeiro, Tecnovia, EPOS e Somafel; da Mota-Engil e SPIE Batignolles Internacional – Sucursal em Portugal; Acciona Construcción e Domingos da Silva Teixeira; e ainda Zagope/COMSA Instalaciones Y Sistemas Industriales/COMSA/Fergrupo.
No passado fim-de-semana, o Metropolitano de Lisboa anunciou o adiamento das posses administrativas de fracções no âmbito do processo de expropriações e ocupações temporárias no âmbito do projecto de Prolongamento da linha Vermelha de São Sebastião até Alcântara. Previstas para o passado dia 29 de Novembro, as ocupações no troço final da linha, nas freguesias da Estrela e de Alcântara, foram assim momentaneamente travadas, quando têm sido públicas as divergências, entre o metro e os proprietários, relativas aos valores das expropriações.
De igual modo, o realojamento de inquilinos do imóvel municipal situado na Calçada do Livramento também tem suscitado dúvidas. Persiste a incerteza sobre a futura localização da Casa de Goa e, em particular, sobre que soluções habitacionais serão encontradas para a meia dúzia de inquilinos que a instituição tem nas fracções habitacionais por si geridas.