Abusos sexuais na Igreja: Grupo Vita comunicou 15 casos à PJ e à PGR, num total de 42 situações

Grupo Vita vai divulgar o primeiro relatório relativo a abusos sexuais no seio da Igreja a 12 de Dezembro, em Lisboa.

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Grupo Vita é coordenado pela psicóloga Rute Agulhas Maria Abranches
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O Grupo Vita, estrutura de acompanhamento das situações de abuso sexual de crianças e adultos vulneráveis no contexto da Igreja Católica em Portugal, coordenado pela psicóloga Rute Agulhas, sinalizou até ao momento 42 situações de abusos sexuais, das quais 15 foram comunicadas à Procuradoria-Geral da República (PGR) e à Polícia Judiciária (PJ). A notícia é avançada pelo diário digital 7Margens, dedicado ao fenómeno religioso, que entrevistou Rute Agulhas.

De acordo com a mesma publicação, o Vita recebeu nas últimas semanas um pedido de ajuda por parte de um agressor, “que aceitou um processo de ajuda”, e registou um caso em que “a abusadora foi uma mulher, uma freira”.

Em funcionamento desde Maio, o Grupo Vita vai divulgar o primeiro relatório relativo a abusos sexuais no seio da Igreja a 12 de Dezembro, em Lisboa, assim como um manual que pretende propor um conjunto de práticas que ajudem no conhecimento desta realidade, da sua prevenção e da denúncia e acompanhamento dos casos de abuso. Antes desta estrutura entrar em funções, a comissão independente, liderada pelo pedopsiquiatra Pedro Strecht, divulgou, em Fevereiro último, o relatório Dar Voz ao Silêncio, que estimou em 4815 as crianças vítimas de abuso dentro da Igreja nos últimos 72 anos.

Segundo as declarações de Rute Agulhas, a diferença entre o número de casos de abusos registados e os comunicados às entidades competentes tem que ver com o facto de “em muitas situações o suspeito” dos actos já ter falecido. Sobre os casos revelados do agressor que pediu ajuda e da freira que terá perpetrado estes crimes, Rute Agulhas revelou que introduzem “uma diversificação das situações” de pedidos de ajuda recebidos pelo Grupo Vita.

“São situações que muitas vezes são mais residuais”, mas que agora “começam pouco a pouco a surgir”, disse, citada no mesmo jornal.

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