Carneiro ganha a Pedro Nuno e a Montenegro para primeiro-ministro
Luís Montenegro com popularidade atrás de Carlos Moedas e de Pedro Passos Coelho para candidato a primeiro-ministro do PSD.
José Luís Carneiro fica à frente de Luís Montenegro – com 42% das intenções de voto – na corrida para primeiro-ministro. Pelo menos este é o número que a sondagem Universidade Católica/PÚBLICO/RTP revela quando se pergunta ao universo de participantes na sondagem quem preferiam para primeiro-ministro.
Num cenário de confronto com José Luís Carneiro nas legislativas de 10 de Março, Luís Montenegro seria derrotado, já que apenas 37% do universo o considera melhor primeiro-ministro do que o actual ministro da Administração Interna.
Já numa disputa com Pedro Nuno Santos, os dados da sondagem revelam um empate técnico, com Luís Montenegro à frente por um ponto. Assim, à pergunta “qual seria o melhor primeiro-ministro”, Luís Montenegro recolhe 40% das preferências, enquanto Pedro Nuno Santos apenas 39%.
Mas se restringirmos a análise aos inquiridos que votaram no PS nas últimas eleições, os dois candidatos ultrapassam Luís Montenegro por larga margem. Tanto Pedro Nuno Santos como José Luís Carneiro obtêm 64 por cento na pergunta sobre “quem é melhor primeiro-ministro” em confronto com Luís Montenegro.
Isto prova que, entre os inquiridos que contribuíram para a maioria absoluta de 2022, os dois candidatos à liderança do Partido Socialista alcançam o mesmo grau de favoritismo – e, neste grupo que ajudou a dar a maioria absoluta ao PS, apenas 18% admitem preferir Montenegro como primeiro-ministro. Este dado permite a conclusão de que a luta do PSD pelo centro está muitíssimo longe de dar frutos. Recorde-se, porém, que o trabalho de campo da sondagem terminou um dia antes do congresso de Almada. Há um longo caminho para a conquista do eleitorado que votou PS nas últimas legislativas de Janeiro de 2022.
É entre os inquiridos que votaram à direita (PSD, Iniciativa Liberal e CDS) que José Luís Carneiro vai buscar a sua vantagem global para o cargo de primeiro-ministro: neste grupo, José Luís Carneiro é classificado por 30% do universo como melhor primeiro-ministro do que Luís Montenegro, enquanto Pedro Nuno Santos apenas recolhe 17% das simpatias no eleitorado que votou à direita em Janeiro de 2022.
Em outra pergunta da sondagem, a vantagem global de José Luís Carneiro diminui, embora ligeiramente. É quando se pergunta às pessoas que votaram PS em 2022 quem achavam melhor no cargo de secretário-geral do PS. Aí, Pedro Nuno Santos é preferido para líder do PS, com 39% contra 34% de José Luís Carneiro.
No entanto, no universo total dos inquiridos pela sondagem, José Luís Carneiro é preferido para secretário-geral do PS com 38% das preferências, contra 29% que favorecem Pedro Nuno Santos.
Confiança em Montenegro em mínimos
À pergunta “qual o melhor primeiro-ministro (do PSD) para enfrentar as próximas legislativas”, a sondagem dá o actual presidente do PSD, Luís Montenegro, em mínimos olímpicos. Apesar disso, 18% dos inquiridos consideram-no “o melhor líder do PSD” para 10 de Março e, entre o eleitorado que votou à direita (excluindo Chega) nas últimas eleições, esse valor ainda desce para 15%.
A sondagem confirma que o sebastianismo gerado relativamente a um regresso de Passos Coelho tem adesão à realidade.
O antigo primeiro-ministro continua a ser o favorito por 37% dos inquiridos para candidato do PSD às legislativas de Março, de um lote que incluía, além do actual presidente do PSD, Luís Montenegro, também Carlos Moedas. Esse número dispara no eleitorado que votou no PSD, Iniciativa Liberal e CDS nas últimas eleições: 57% do universo dos inquiridos preferia ter Passos como candidato do PSD.
Carlos Moedas, o presidente da Câmara de Lisboa, tem menos apoios do que Passos Coelho, mas mais do que Luís Montenegro. Entre o universo total de inquiridos, Moedas obtém 24% das preferências contra os tais 18% de Montenegro e os 37% de Passos. Entre os eleitores que votaram PSD, Iniciativa Liberal e CDS nas legislativas de 2022, o valor de Moedas desce – tal como o de Montenegro. No caso do presidente da Câmara de Lisboa, apenas 19% dos inquiridos que votaram à direita o consideram melhor candidato. Mesmo assim, um score maior do que o de Luís Montenegro, que se fica por 15%.
Talvez estes dados não sejam surpreendentes para o presidente do PSD, que reconheceu no sábado, no congresso de Almada, não ter estado à altura do que dele esperava o partido (e o eleitorado). “Sei que as pessoas esperam mais de mim do que fui capaz de demonstrar até agora. Eu sei disso”.