Congresso do PS vai ter 1600 delegados eleitos num universo de 80 mil militantes
Conclave realiza-se em Lisboa a 6 e 7 de Janeiro e, além dos delegados, participam mais 1100 militantes com direito de inerência.
O próximo congresso do PS vai ter 1600 delegados eleitos e mais 1100 com direito de inerência, num universo de 80 mil militantes socialistas, avançou à Lusa o presidente da Comissão Organizadora do Congresso (COC) do PS, Pedro do Carmo.
Na comissão nacional do PS, neste sábado, em Lisboa, serão estabelecidos vários prazos e datas relacionados com o processo de sucessão de António Costa no cargo de secretário-geral.
As candidaturas ao cargo de secretário-geral do PS — já estão no terreno as dos socialistas Pedro Nuno Santos e José Luís Carneiro — terão de ser entregues até dia 30 deste mês, com assinaturas de 200 proponentes militantes socialistas e acompanhadas de uma moção de orientação política.
As eleições directas para o cargo de secretário-geral do PS realizam-se nos dias 15 e 16 de Dezembro e podem votar cerca de 80 mil militantes socialistas que tenham as respectivas quotas pagas (do primeiro semestre deste ano) até ao fim deste mês.
Depois, as listas de delegados ao congresso de cada uma das candidaturas terão de dar entrada até 7 de Dezembro.
O presidente da COC, também membro do secretariado nacional do PS com o pelouro da Organização, estima que o congresso de 6 e 7 de Janeiro, que se deverá realizar em Lisboa, tenha 1600 delegados eleitos, aos quais se juntam 1100 com inerência por terem cargos políticos em autarquias, em instituições regionais, ou em órgãos partidários nacionais.
Os delegados das diferentes candidaturas são eleitos em simultâneo com a votação para o novo secretário-geral do PS, ou seja, nos dias 15 e 16 de Dezembro.
Na comissão nacional do PS deste sábado será ainda tomada a decisão formal de adiar as eleições para as estruturas concelhias e federativas deste partido — actos eleitorais internos que estavam previstos para o início de 2024.
No plano político, a reunião da comissão nacional do PS abre com uma intervenção do ainda líder, António Costa. No entanto, ao contrário do que aconteceu em anteriores reuniões do órgão máximo dos socialistas, o discurso inicial de António Costa não será aberto à comunicação social.
Na semana passada, na segunda intervenção que fez na comissão política do PS, feita à porta fechada, António Costa pediu aos dirigentes socialistas para não caírem na "armadilha" de se envolverem numa batalha política com o Ministério Público e adiantou que ele próprio vai tratar do processo judicial em que foi envolvido.
No passado dia 7, António Costa apresentou o seu pedido de demissão das funções de primeiro-ministro ao Presidente da República, que aceitou, e logo nessa altura afirmou que não se recandidataria ao lugar nas próximas eleições legislativas.
Dois dias depois, Marcelo Rebelo de Sousa fez uma comunicação ao país a anunciar que vai convocar eleições legislativas antecipadas para 10 de Março.