Já muita tinta correu sobre a história de amor de Brigitte e Emmanuel Macron, mas agora a primeira-dama francesa contou novos detalhes numa entrevista à Paris Match. Além dos 25 anos de diferença, a mulher do Presidente revelou qual foi a maior dificuldade em assumirem o relacionamento: “O maior obstáculo foram os meus filhos. Dediquei todo o tempo que foi preciso para não arruinar as suas vidas.”
E esse tempo foram dez anos, conta. “Consegue imaginar o que eles estavam a ouvir. Mas, por outro lado, não queria estar a perder a minha vida”, declara, na mesma entrevista. Brigitte é mãe de Sébastian, Laurence e Tiphaine, fruto do casamento com o bancário André-Louis Auzière, com quem se casou a 22 de Junho de 1974, em Le Touquet. A então jovem Brigitte vem de boas famílias, os Trogneux, proprietários da maior empresa de chocolate da região.
Quando conheceu Macron, revela na entrevista, tinha 40 anos e “estava um caco”: “O meu pai tinha acabado de morrer e havia um furacão dentro de mim.” Esse furacão era um jovem de 15 anos que conheceu enquanto sua professora — Emmanuel era colega de turma da sua filha do meio. Naquele ano lectivo de 1993-94, ensaiavam a peça A Arte da Comédia, de Eduardo De Filippo, e a proximidade entre aluno e professora gerou um escândalo na escola jesuíta Providence, em Amiens, no norte de França.
Macron declarou logo o seu amor pela professora e os pais, dois médicos, opuseram-se à relação, obrigando o jovem de 16 anos a mudar-se para uma escola na capital francesa. “Emmanuel teve de partir para Paris. Disse a mim mesma que não me apaixonaria por alguém daquela idade. Mas não cumpri”, confessa agora.
No rescaldo do escândalo, deixou de dar aulas naquela escola e separou-se do então marido. Foi um período difícil, do qual já tinha falado no passado à revista Elle francesa. “As separações causam sempre danos. As crianças geralmente sofrem”, reconhece. Ainda assim, insiste: “Se não tivesse tomado aquela decisão, a minha vida teria passado ao lado.”
Num documentário transmitido pela televisão francesa sobre a relação de ambos, o Presidente francês contou que, mesmo a partir do seu “exílio forçado”, manteve o contacto com a amada — falavam longas horas por telefone. E fez-lhe então uma promessa: “Voltarei e casarei contigo.”
Dito e feito. Em 2006, Brigitte divorciou-se de André-Louis Auzière e, um ano depois, casou-se com Macron. “Não sei como teriam reagido os meus pais, que foram um modelo de fidelidade e educação, ao nosso casamento”, observa a primeira-dama. A mãe, Simone Trogneux, morreu em 1996, uma década antes do casamento.
É raro Brigitte Macron, com 70 anos, falar sobre a vida privada, o que admite ser um esforço colossal, em alguém que “fala muito”. Mas explica o motivo: “Tudo o que digo, ou não digo, pode ser captado e interpretado”. Todavia, não é por isso que se inibe de tecer elogios ao marido: “Não há um único dia em que não me surpreenda. Nunca vi tamanha capacidade intelectual. Tive muitos alunos brilhantes, mas nenhum tinha o talento dele. Sempre o admirei”.