Tribunal de Instrução recusa queixa de Marco Galinha contra Mariana Mortágua

A dirigente do Bloco acusou o antigo presidente executivo do GMG de ter ligações com um oligarca russo. Em resposta, Marco Galinha apresentou uma queixa por difamação.

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"Já deviam saber que a intimidação não ia funcionar”, escreveu a líder do BE na rede social X LUSA/EDUARDO COSTA
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O Tribunal de Instrução criminal não deu sequência à queixa por difamação apresentada por Marco Galinha, presidente do Global Media Group (GMG) até à passada quarta-feira e CEO do Grupo Bel, contra a dirigente do Bloco de Esquerda. Em causa está uma investigação levada a cabo por Mariana Mortágua, que denunciou a ligação entre o empresário português e Markos Leivikov, alegado oligarca russo.

"As imputações feitas pela arguida [Mariana Mortágua] são as que se mostram documentadas nos vídeos e nas publicações", sendo que não existem indícios de que a líder bloquista tenha difundido “factos que sabia serem falsos ou factos que não tivesse fundamento sério para reputar como verdadeiros”, lê-se na decisão apresentada pelo Tribunal de Instrução.

Mariana Mortágua expôs na SIC Notícias, no início de Março do ano passado, ligações existentes entre o então presidente da comissão executiva do GMG – que detém, entre outros, o Diário de Notícias, Jornal de Notícias e TSF – e o seu sogro e alegado oligarca russo Markos Leivikov. Além disto, escreveu no portal do Bloco de Esquerda, Esquerda.net, um artigo intitulado “História de um oligarca russo e do seu sócio português”. Neste, expõe as ligações de Leivikov ao Governo russo e escreve que “financiou o partido de Putin através de uma das suas empresas e deixou na Rússia um rasto de suspeitas de fraudes milionárias”. Segundo Mortágua, é em 2019 que “Leivikov chega a Portugal e se associa a Marco Galinha”.

Além de exercer o seu direito de resposta no Esquerda.net, Marco Galinha avançou com uma queixa por difamação. De acordo com o portal, a dirigente do Bloco “requereu a abertura de instrução do processo e o Tribunal de Instrução decidiu não a pronunciar, obrigando Galinha e as suas empresas a pagar as custas do processo”.

Face às acusações da bloquista, em comunicado, Marco Galinha escreveu, em 2022, que repudiava “veementemente as afirmações da deputada”, que tinham como objectivo associá-lo “à identificada ‘oligarquia’ russa, recusando qualquer tentativa de colagem e aproveitamento político” da sua relação familiar. O português adiantava ainda que o russo “está há longos anos em Portugal e não está ligado a qualquer processo de "vistos gold", não é sócio ou accionista ou titular de qualquer interesse” da GMG, nem tem “a menor ligação ao mesmo”.

Nesta quinta-feira, depois de ser divulgada a decisão do Tribunal de Instrução criminal de chumbar a queixa apresentada por Marco Galinha, a dirigente do Bloco publicou no X (antigo Twitter): “Um oligarca é um oligarca e Leivikov, o oligarca russo, era sócio de Galinha. Já deviam saber que a intimidação não ia funcionar.”

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