Greve dos médicos começa esta terça-feira e durará até quarta

Médicos em greve de dois dias convidam população a juntar-se aos protestos. Concentrações serão no Hospital de São João, no Santa Maria e em Coimbra. Queda do Governo não travou a luta dos médicos.

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Joana Bordalo e Sá, médica que lidera a FNAM, num protesto em Março de 2023 Matilde Fieschi

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) promove greves e manifestações esta terça e quarta-feira; e convida a população a juntar-se aos protestos em Lisboa, no Porto e em Coimbra, em defesa do Serviço Nacional de Saúde. Estão previstas concentrações esta manhã junto ao Hospital de São João (Porto), no Hospital da Universidade de Coimbra e no Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

Em declarações à agência Lusa, a presidente da FNAM, Joana Bordalo e Sá, disse que as negociações entre o Ministério da Saúde e os sindicatos representativos dos médicos foram canceladas unilateralmente pelo Governo a 8 de Novembro e que, apesar da crise política, o executivo está em funções e o ministro da Saúde também.

"Continuamos a assistir a encerramentos de serviços por falta de médicos e os responsáveis por esta falta de médicos que chegou mesmo às urgências são os sucessivos governos, em geral, mas este ministério em particular, liderado pelo doutor Manuel Pizarro", disse a presidente da FNAM.

"Há 19 meses que a FNAM apresentou ao Ministério da Saúde soluções para fixar médicos no SNS, o que não aconteceu unicamente por falta de vontade política deste Governo, à semelhança dos seus antecessores", acrescentou, afirmando que o ministro "nunca mostrou vontade de negociar a sério" com os médicos.

A FNAM considera que o Governo tem a obrigação de chegar a acordo com os médicos sobre "uma actualização salarial, transversal, para todos os médicos, para que deixem de ser dos médicos mais mal pagos da Europa, e para que melhorem as suas condições de trabalho, sem perda de direitos que coloquem médicos e doentes em risco", conforme reiterou em comunicado divulgado na véspera da greve.

As negociações entre o Ministério da Saúde e os sindicatos iniciaram-se em 2022, mas a falta de acordo tem agudizado a luta da classe, com greves e declarações de escusa ao trabalho extraordinário além das 150 horas anuais obrigatórias, o que tem provocado constrangimentos e fecho de serviços de urgência em hospitais de todo o país.

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