Se usas cuecas menstruais e não costumas olhar para as etiquetas e verificar de que materiais são feitas, esta notícia é para ti. Um novo estudo revelou que as cuecas menstruais que possuem altos níveis de prata podem ter implicações na saúde das mulheres e no ambiente.
O estudo desenvolvido pela Food and Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos, mostra que a nanoprata pode matar as bactérias Lactobacillus, cuja função é proteger a mulher do desenvolvimento de infecções. Se estas bactérias, consideradas saudáveis, desaparecerem, há uma maior probabilidade de surgirem bactérias nocivas que podem gerar infecções bacterianas e complicações na gravidez.
Normalmente, as cuecas menstruais contêm prata para diminuir as preocupações das mulheres em relação a possíveis odores e à própria higiene.
A associação Which? acredita que as marcas devem ser transparentes em relação à composição dos produtos, principalmente quando estes contêm prata. Num estudo, descobriu que as cuecas menstruais de algumas marcas, como a Bodyform e a Marks & Spencer, possuem níveis de prata mais elevados em relação a outras marcas, já que contêm 126,7mg/kg e 57,8mg/kg, respectivamente. A mesma fonte revela que outras marcas possuem valores como 8,3mg/kg ou até 0,9mg/kg.
Segundo o Guardian, a Essity, detentora da Bodyform e Modibodi, referiu que as peças são certificadas e, por isso, "cada componente foi testado no âmbito das substâncias nocivas". A empresa disse ainda que a "roupa íntima foi classificada como inofensiva para a saúde humana".
“Não usamos nanoprata ou zeólito de prata e, como muitas marcas, usamos uma pequena quantidade de cloreto de prata na parte central do reforço – longe da pele –, o que é perfeitamente seguro, aprovado pelo Reino Unido e pela União Europeia, e concebido para combater o odor”, afirmou um porta-voz da M&S.
Segundo a mesma fonte, as cuecas menstruais vendidas em lojas como Primark, Repeat, Wuka, Lovable e Sloggi não contêm prata acima de 0,1mg/kg na sua composição. A Which? refere ainda que não existe actualmente um limite legal para a quantidade de prata utilizada nestes produtos.
A Agência Europeia de Produtos Químicos alertou para os impactos tóxicos e duradouros que a utilização de prata, nomeadamente nanoprata e zeólito de prata, tem no meio aquático.