Oposição na Polónia assina acordo de coligação e fica mais perto de governar

“Estamos prontos para assumir a responsabilidade”, disse Donald Tusk, líder da Plataforma Cívica e candidato a primeiro-ministro.

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O momento da assinatura do acordo entre os partidos da oposição Reuters/Slawomir Kaminski/ Agencja Wybor
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Os líderes dos partidos da oposição liberal da Polónia assinaram nesta sexta-feira um acordo de coligação que estabelece um roteiro para governar o país nos próximos quatro anos. “Estamos prontos para assumir a responsabilidade pela Polónia”, afirmou Donald Tusk, líder da Plataforma Cívica e candidato a primeiro-ministro.

O acordo foi fechado entre a Plataforma Cívica de Tusk, a coligação Terceira Via, a Nova Esquerda e a Polónia 2050, forças que, em conjunto, obtiveram uma maioria combinada nas eleições realizadas a 15 de Outubro, em que o partido ultraconservador no poder há oito anos, o PiS, foi o mais votado sem conseguir obter maioria.

Na segunda-feira, o Presidente polaco, Andrzej Duda, decidiu dar ao partido do ainda primeiro-ministro, Mateusz Morawiecki, a hipótese de formar governo, mas sem um potencial parceiro de coligação à direita, a tentativa está condenada ao fracasso.

“Queremos que os polacos que foram às urnas com tanta esperança vejam que, a partir de agora, estamos prontos para assumir a responsabilidade pelo nosso país e pelos próximos anos”, disse Donald Tusk

Apesar das divergências entre os partidos que agora assinaram o acordo de coligação, que vão desde a despesa pública ao aborto, os seus líderes garantiram que estão unidos pelo desejo de melhorar as relações com Bruxelas e desbloquear os fundos comunitários para a Polónia, congelados devido a um conflito com Bruxelas sobre o Estado de direito.

No documento assinado nesta sexta-feira, os partidos fizeram uma série de promessas, incluindo o restabelecimento da transparência das finanças públicas e a despolitização das empresas públicas. O acordo prevê também que a coligação anule uma decisão do Tribunal Constitucional de 2020 que resultou na proibição quase total do aborto.

“No nosso acordo, encontrámos um denominador comum para as questões que queremos implementar. Trata-se do apoio às famílias, aos trabalhadores, aos empresários, ao mundo rural polaco, à educação, aos cuidados de saúde e aos direitos das mulheres”, afirmou Wladyslaw Kosiniak-Kamysz, líder do Partido dos Camponeses Polacos (PSL), de centro-direita, que disputou as eleições integrado na coligação Terceira Via.

“Não pode ser tudo reduzido a um único denominador”, disse ainda, sobre a questão do aborto, Kosiniak-Kamysz, que será vice-primeiro-ministro, tal como Krzystof Gawkowski, da Nova Esquerda. O cargo de presidente do Sejm, o Parlamento polaco, será partilhado entre Szymon Holownia, da Terceira Via, e Wlodzimierz Czarzasty, da Nova Esquerda, sendo que cada um assumirá a função durante dois anos, metade da legislatura.

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