IL e Chega querem escrutinar privatização da Efacec em comissão de inquérito

Os dois partidos já entregaram as propostas mas nem unidos têm votos para as aprovar. PSD continua sem dizer como poderá votar.

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A Efacec foi vendida ao fundo alemão Mutares Nelson Garrido
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A Iniciativa Liberal e o Chega já apresentaram propostas de constituição de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) à Efacec, embora nenhum dos partidos nem os dois juntos sejam suficientes para concretizar a intenção. Os liberais propõem uma CPI à tutela política da gestão do grupo desde a sua nacionalização, em 2020. Por sua vez, o Chega quer clarificar sobretudo a actuação do Estado quanto ao processo de privatização da empresa, embora acabe por admitir questões relativas à nacionalização.

Na passada quinta-feira, o líder dos liberais, Rui Rocha, avançou que iria apresentar um requerimento para a constituição de uma CPI à Efacec nesse mesmo dia. No documento entregue horas mais tarde, a IL elenca nove objectivos que pretende atingir com a composição “imediata e obrigatória” de uma comissão de inquérito.

São eles, por exemplo: “escrutinar” as decisões tomadas desde a nacionalização da empresa, em 2020, e que levaram à queda de receitas e também “esclarecer o envolvimento dos decisores públicos”, como a Parpública, na tomada de decisões. A IL quer ainda esclarecer quais serão os encargos para os contribuintes assumidos pelo Estado com a Efacec, quais os critérios que “levaram à escolha da Mutares como melhor candidata à privatização da Efacec” e ainda “todo o processo de negociação” com o fundo alemão.

Esta segunda-feira foi a vez de o Chega avançar com uma proposta de constituição de uma CPI, argumentando que quer averiguar a “actuação do Estado português no que concerne à forma e conteúdo como tem decorrido o processo de privatização da empresa”. O objectivo é “obter esclarecimentos junto das entidades públicas e privadas que, desde 2020, têm estado envolvidas nos diversos processos de nacionalização e privatização da Efacec Power Solutions, SGPS, S.A.”, lê-se no requerimento.

Para o Chega, só uma CPI “permitirá à Assembleia da República (…) realizar todas as indagações necessárias para se esclarecer sobre quem esteve e quem está envolvido neste negócio, assim como averiguar onde é que o Estado português pode estar a falhar em relação às suas obrigações”.

O líder do partido, André Ventura, admitiu dias antes que faria “sentido” uma união com os liberais a propósito da comissão de inquérito por ser uma “iniciativa transversal”. Contudo, ao PÚBLICO a Iniciativa Liberal adianta que não houve qualquer conversa entre os dois partidos.

Apesar de terem avançado com estes requerimentos, a IL e o Chega necessitam de levar estas iniciativas a voto, já que não têm direito a marcar uma CPI unilateralmente. Para constituir uma CPI potestativa, é necessário o apoio de um quinto dos deputados (48).

Assim, para que levem avante os seus requerimentos, tanto a IL como o Chega necessitam de apoio do PSD. De acordo com o líder dos sociais-democratas, Luís Montenegro, o partido só avançará para uma CPI caso o Governo e o primeiro-ministro não prestem “esclarecimentos cabais” sobre o negócio.

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