Biden atrás de Trump em cinco de seis estados decisivos em 2024

Sondagem do New York Times, realizada a um ano da próxima eleição presidencial, indica que o Presidente dos EUA pode estar a perder votos nos eleitorados negro e hispânico.

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Donald Trump e Joe Biden durante um debate na campanha eleitoral de 2020 Reuters/POOL
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A meio da semana passada, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, subiu a um palanque improvisado numa quinta na zona rural de Northfield, no estado do Minnesota, para anunciar um pacote de apoio a projectos agrícolas no país e para deixar uma ambiciosa mensagem de esperança nas políticas económicas da sua Administração: "Minha gente, 'Bidenomics' é só uma outra forma de dizer 'Sonho Americano'", declarou Biden, usando o termo criado pela sua equipa para promover o plano de recuperação económica pós-pandemia da Casa Branca.

Ao mesmo tempo que Biden discursava no Minnesota, o departamento de sondagens da Universidade de Siena, em Nova Iorque, e o jornal New York Times finalizavam um inquérito a 3662 eleitores registados em seis estados onde se vai decidir a eleição presidencial de 2024, e cujas conclusões parecem deixar Biden mais perto de um pesadelo do que do sonho da reeleição em Novembro de 2024.

Segundo a sondagem, publicada neste domingo, Donald Trump — o grande favorito à nomeação no Partido Republicano como candidato à Casa Branca — está em vantagem em cinco dos seis estados analisados no estudo, todos eles conquistados por Biden na eleição presidencial de 2020.

Os estados em causa — Arizona, Georgia, Michigan, Nevada, Pensilvânia e Wisconsin — foram decisivos nas eleições de 2016 e de 2020, e qualquer variação de alguns milhares de votos, para um ou para outro lado, pode ser determinante para o resultado da eleição de 2024.

Em 2016, Trump foi eleito Presidente dos EUA ao inverter uma tendência de vitória dos candidatos do Partido Democrata em três daqueles estados (Michigan, Pensilvânia e Wisconsin), e Biden triunfou em 2020, em grande medida, ao recuperar o Wisconsin e ao vencer no Arizona e na Georgia.

Em ambos os casos, as vitórias de Trump e de Biden foram obtidas com diferenças muito pequenas (80 mil votos em três estados, no caso de Trump; e 44 mil votos em três estados, no caso de Biden).

A sondagem publicada neste domingo mostra que Biden lidera apenas no Wisconsin (47%-45%), onde regista uma vantagem superior ao resultado final de 2020 (49,45%-48,82%). Nos restantes cinco estados, o Presidente dos EUA surge em desvantagem e com diferenças de entre quatro e dez pontos percentuais.

Segundo a análise do New York Times, a mais recente sondagem da Universidade de Siena confirma "os sinais consistentes de erosão no apoio a Biden entre os eleitorados negro e hispânico", há muito vistos como fundamentais para os bons resultados eleitorais dos candidatos do Partido Democrata.

Nos seis estados em causa, Trump regista 22% de apoio entre o eleitorado negro, "um nível nunca visto num candidato republicano nas eleições presidenciais dos tempos modernos", segundo o jornal.

"Quanto mais diverso é o estado, pior é o resultado de Biden, que lidera apenas no estado com mais população branca de entre os seis", salienta o jornal, cuja secção de sondagens tem defendido a ideia de que está em curso um realinhamento racial gradual entre os dois partidos.

Apesar dos resultados da sondagem publicada neste domingo, não é possível antecipar cenários a um ano de distância da eleição presidencial.

Devido ao recente historial de resultados nos seis estados em causa, e também aos baixos índices de popularidade dos dois candidatos, é impossível avaliar que impacto terão no dia da eleição factores ainda desconhecidos, com destaque para a evolução dos indicadores económicos no próximo ano e o andamento dos vários julgamentos de Trump.

Nas eleições de 2022 para as duas câmaras do Congresso, numa altura em que a popularidade de Biden era igualmente baixa e em que os indicadores económicos eram piores do que agora, o Partido Democrata aumentou a sua vantagem no Senado e teve um resultado acima do esperado na Câmara dos Representantes, apesar de ter perdido a maioria.

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