O vinho Original Reserva Branco 2020 obteve a maior pontuação do júri do Concurso de Vinhos e Espumantes 2023, organizado pela Comissão Vitivinícola da Bairrada (CVB). Ao prémio de vencedor absoluto, este vinho da empresa Quatro Cravos juntou ainda a medalha para o melhor branco, categoria onde teve a companhia mais vinhos.
Nos espumantes, o mais pontuado foi o Montanha Chardonnay & Arinto Grande Cuvée Branco 2018, e o Aliança Baga Bairrada Reserva Bruto Natural branco 2021 o melhor Baga Bairrada. Já o melhor rosé foi para O Pedra Só 2022, premiando assim um produtor estreante, Idálio de Oliveira Estanislau, enquanto o Grande Reserva Tinto 2017 António Marinha arrecadou o prémio para o melhor tinto.
Nos prémios referentes à sub-região de Terras de Sicó, coube ao Terras de Sicó Reserva Tinto 2021, da produtora Isaura da Conceição Reis, a distinção de melhor vinho de Terras de Sicó.
Na cerimónia de entrega de prémios, na noite desta sexta-feira, no Palácio da Borralha, em Águeda, o presidente da CVB, Pedro Soares, destacou o envolvimento entusiástico dos produtores e o sinal de vitalidade dado pelo número de vinhos apresentados ao concurso. A edição deste ano contou com 120 amostras, a mais elevada nos últimos seis anos, que foram avaliados em prova cega por um painel de 14 jurados envolvendo enólogos da região, representantes da Associação dos Escanções de Portugal e da imprensa local. Pedro Soares e o jornalista e crítico de vinhos Luís Ramos Lopes dirigiram a prova.
Numa cerimónia que foi também manifestação de fervor e orgulho bairradino, Pedro Soares não deixou de manifestar as preocupações da CVB face às ameaças que pairam sobre a actividade, nomeadamente a acumulação de produção nas adegas, e apelou mesmo aos responsáveis pelo sector para que restrinjam os apoios às empresas que importam vinhos e os colocam no mercado português. “O nosso activo são as uvas, não o vinho, temos que apostar na qualidade, consistência e diferenciação, oferecendo aos consumidores vinhos garantidamente feitos com uvas da Bairrada, ou seja, apostando na certificação dos nossos vinhos”, sublinhou num claro apelo aos produtores.
Na resposta, num breve discurso de improviso, o presidente do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV), Bernardo Gouvêa, reforçou a “importância decisiva na aposta na identidade, carácter e diferenciação dos vinhos”, pelo que “a Bairrada tem que certificar mais”, disse, deixando também o anúncio de uma maior atenção e controlo sobre as importações ilegais. “Toda a gente sabe o que se passa e alguns que o denunciam também o fazem. Temos que deixar de ser hipócritas, o IVV vai aumentar o controlo e fiscalização”, prometeu.
Das 120 amostras avaliadas no concurso, 65 eram de vinhos tranquilos e 55 de espumantes. Além dos vencedores da várias categorias, o júri atribuiu também três dezenas de medalhas de ouro, 12 das quais a espumantes, nove a vinhos brancos e outras nove a tintos.