Charlize Theron viu a mãe matar o pai. Por isso, luta contra a violência de género

O Charlize Theron Africa Outreach Project foi fundado em 2007 e tem como missão contribuir para a redução de violência baseada no género.

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A mãe de Charlize Theron, Gerda, pegou na sua própria arma e matou o marido; a actriz tinha 15 anos Reuters/ERIC GAILLARD
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A actriz sul-africana Charlize Theron (n. 1975, Benoni) voltou a reflectir o quanto o trauma de ter visto a sua mãe a matar o pai, num incidente que foi classificado de legítima defesa, influenciou a sua vida, as suas decisões e, sobretudo, a vontade de lutar contra a violência baseada no género. “É uma correlação simples de fazer”, assumiu à revista Town & Country sobre o que a levou a fundar o Charlize Theron Africa Outreach Project.

No entanto, a vencedora de um Óscar (Monstro, 2003) chama a atenção para o facto de “com ou sem isso [o trauma], a violência baseada no género estar tão à vista na África do Sul e no mundo inteiro”.

Um estudo da Organização Mundial da Saúde, publicado em 2021, indica que globalmente, uma em cada três mulheres em todo o mundo foram ou são vítimas de violência física e/ou sexual por parte do parceiro íntimo ou de violência sexual fora da relação durante a sua vida. Na África do Sul, todos os anos, 60 mil mulheres e crianças são vítimas de violência doméstica. “É difícil não ter consciência destas coisas pelo simples facto de ser mulher”, destacou a actriz.

No seu caso, o pai era alcoólico e as cenas de violência eram comuns em casa. Quando tinha 15 anos, o pai entrou em casa bêbedo e com uma arma, relatou à NPR em 2019: “Eu e a minha mãe estávamos no meu quarto, encostadas à porta, porque ele estava a tentar empurrar a porta. (…) Ele deu um passo atrás e disparou três vezes contra a porta. Nenhuma das balas nos atingiu, o que é um milagre.”

A mãe da actriz, Gerda, pegou na sua própria arma e matou o marido. Uma investigação de 1991 concluiu que a arma foi disparada em legítima defesa e ninguém foi acusado de qualquer crime.

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