Caso Ihor: IGAI concluiu 13 processos disciplinares a inspectores do extinto SEF

Três processos resultaram em penas de despedimento aos três inspectores do SEF que foram condenados a nove anos de prisão.

Foto
Os três inspectores do SEF começaram a ser julgados em Fevereiro de 2021 Daniel Rocha (arquivo)

A Inspecção-Geral da Administração Interna (IGAI) indicou esta quinta-feira que estão concluídos os 13 processos disciplinares relacionados com a morte de um cidadão ucraniano em Março de 2020 nas instalações do extinto SEF no aeroporto de Lisboa.

Numa resposta enviada à Lusa, a IGAI revela que três processos disciplinares resultaram em penas de despedimento, um em demissão, outros três em suspensão de funções, quatro foram arquivados e dois processos foram suspensos por 180 dias porque os inspectores se reformaram.

Segundo a IGAI, as penas de despedimento disciplinar foram aplicadas aos três inspectores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) condenados a nove anos de prisão por ofensa à integridade física grave qualificada, agravada pela morte de Ihor Homeniuk, e que estão desde Agosto na prisão de Évora para cumprir os quase seis anos que lhes restam, após terem estado desde 2020 em prisão domiciliária.

A IGAI, que fiscaliza a actividade das polícias, aplicou a pena de demissão ao ex-director de fronteiras do SEF António Sérgio Henriques, que ainda vai ser julgado.

Cinco processos disciplinares foram abertos em Março de 2020, tendo sido o então ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, a determinar à IGAI a instauração dos processos ao director de Fronteiras de Lisboa, ao coordenador do Espaço Equiparado a Centro de Instalação Temporária (EECIT) do aeroporto, bem como aos três inspectores condenados.

Os restantes oito processos foram instaurados pela IGAI em Setembro de 2020, na sequência do inquérito que apurou as circunstâncias da morte do cidadão ucraniano.

Segundo a acusação do MP no primeiro processo, Ihor Homeniuk morreu por asfixia lenta, após agressões a pontapé e com bastão, perpetradas pelos inspectores, que causaram ao cidadão ucraniano a fractura de oito costelas. Além disso, tê-lo-ão deixado algemado com as mãos atrás das costas e de barriga para baixo, com dificuldade em respirar durante largo tempo, o que terá causado paragem cardiorrespiratória.