Efacec: PSD pede audição urgente do ministro da Economia no Parlamento

Para o líder da IL esta operação constitui “mais um enorme sorvedouro do nosso dinheiro apadrinhado pelos socialistas”.

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Foi esta terça-feira assinada a venda da Efacec ao fundo alemão Mutares Nelson Garrido

O PSD vai requerer a presença urgente do ministro da Economia, António Costa Silva, no Parlamento para prestar esclarecimentos sobre o processo de venda da Efacec ao fundo alemão Mutares, revelou esta quarta-feira o líder parlamentar social-democrata. Também em relação a este negócio, Rui Rocha, presidente da IL, afirmou que "o Governo de António Costa enterrou 400 milhões de euros dos contribuintes na Efacec".

Em declarações à Lusa, Joaquim Miranda Sarmento criticou o investimento total do Estado de "cerca de 400 milhões de euros" na empresa desde a sua nacionalização em 2020, sublinhando que "o Governo não disse toda a verdade" sobre este processo. O social-democrata aludia aos 200 milhões de euros já gastos em suprimentos, além de uma injecção de mais 160 milhões de euros e de outros 35 milhões de euros em obrigações através do Banco de Fomento.

"O PSD vai chamar ao Parlamento o ministro da Economia com a urgência possível, estando o Parlamento em trabalhos orçamentais, mas com a urgência possível. E não deixaremos também de questionar o primeiro-ministro quando houver essa oportunidade", afirmou, acrescentando: "O ministro da Economia disse que hoje era um dia feliz. Não sei para quem é que é um dia feliz, mas para os contribuintes portugueses, seguramente, não é um dia feliz".

Para Joaquim Miranda Sarmento, a operação de venda ao fundo alemão com as condições anunciadas esta quarta-feira demonstra que "a empresa tinha problemas graves" e que a justificação do Governo para a nacionalização com os problemas de "compliance" e da accionista Isabel dos Santos não explicam os encargos desta dimensão para o Estado.

Em conferência de imprensa no Ministério da Economia, António Costa Silva disse que esta terça-feira foi assinada a venda da Efacec à Mutares e que este fundo injectará 15 milhões de euros em capital e 60 milhões de euros em garantias, descrevendo a conclusão da operação de venda como "um dia feliz para a economia portuguesa". A Efacec, que tem sede em Matosinhos, conta com cerca de 2000 trabalhadores.

"Enorme sorvedouro apadrinhado pelos socialistas"

Também a Iniciativa Liberal reagiu à conferência de imprensa desta quarta-feira, com o líder dos liberais, Rui Rocha, a afirmar que "entre injecção directa, suprimentos e obrigações, sabe-se agora que o Governo de António Costa enterrou 400 milhões de euros dos contribuintes na Efacec".

Através da rede social X, o também deputado defendeu que se trata de "mais um enorme sorvedouro do nosso dinheiro apadrinhado pelos socialistas". "Entretanto, se considerarmos os 180 milhões de euros para capitalização e outros programas avulsos, podemos chegar, com boa vontade, a 300 milhões canalizados para as empresas no Orçamento do Estado para 2024", acrescenta Rui Rocha, para depois salientar que "António Costa pôs mais 100 milhões numa única empresa do que prevê no Orçamento do Estado para toda a economia durante um ano".

"Ainda assim, o ministro da Economia diz que hoje é um dia feliz. Não quero imaginar o tamanho do desastre financeiro que seria necessário para tirar o sorriso a António Costa e Silva, conclui o presidente da IL.

Notícia actualizada com reacção de Rui Rocha