Leonor de Espanha jura fidelidade a uma nação dividida no seu 18.º aniversário

A princesa prometeu defender a lei, respeitar os direitos dos cidadãos e das regiões e ser fiel ao rei.

Leonor jura a Constituição espanhola
Fotogaleria
Leonor jura a Constituição espanhola EPA/BALLESTEROS / POOL
pessoas,impar,felipe-vi,monarquia,juan-carlos,espanha,
Fotogaleria
Reuters/SUSANA VERA
pessoas,impar,felipe-vi,monarquia,juan-carlos,espanha,
Fotogaleria
Reuters/JUAN MEDINA
pessoas,impar,felipe-vi,monarquia,juan-carlos,espanha,
Fotogaleria
Reuters/JUAN MEDINA
,Rainha Letizia da Espanha
Fotogaleria
Reuters/POOL
Leonor, Princesa das Astúrias
Fotogaleria
Reuters/POOL
Real Casa de Correos
Fotogaleria
Reuters/MIGUEL GUTIERREZ
Fotogaleria
Reuters/SUSANA VERA
Museu Thyssen-Bornemisza
Fotogaleria
Reuters/SUSANA VERA
Fotogaleria
EPA/DANIEL GONZALEZ
Carro de luxo
Fotogaleria
EPA/RODRIGO JIMENEZ
Ouça este artigo
00:00
02:22

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

A princesa Leonor, herdeira do trono espanhol, entrou formalmente na ribalta ao jurar fidelidade à Constituição no seu 18.º aniversário, nesta terça-feira, apesar dos boicotes de políticos de esquerda e separatistas terem sublinhado as divisões sobre a monarquia.

A cerimónia no Parlamento assinalou a maioridade de Leonor, o que significa que será a sucessora do seu pai, o rei Felipe VI. A princesa, que frequentou a escola no País de Gales e, em Agosto, iniciou três anos de treino militar em Espanha, prometeu defender a lei, respeitar os direitos dos cidadãos e das regiões e ser fiel ao rei.

A maioria dos ministros e líderes regionais assistiram ao seu desfile no Parlamento e ao seu juramento, num espectáculo musical transmitido em directo pela televisão.

Mas os ministros em exercício da Igualdade, dos Direitos Sociais e dos Assuntos do Consumidor — os três da coligação de esquerda Unidas Podemos — recusaram-se a participar, afirmando que um chefe de Estado hereditário e não eleito não é democrático. Os deputados dos movimentos independentistas da Catalunha, do País Basco e da Galiza também não compareceram.

Uma sondagem realizada em 2022 pela Sinaptica revelou que 51,6% dos espanhóis queriam que o país se tornasse uma república, enquanto 34,6% preferiam uma monarquia, embora uma outra sondagem realizada um ano antes mostrasse que 55,3% apoiavam a coroa.

O Centro de Estudos Sociológicos, gerido pelo Estado, deixou de pedir aos cidadãos que classificassem o monarca em 2015, um ano depois de Felipe VI ter subido ao trono na sequência da abdicação do seu pai, Juan Carlos I, vítima de escândalos.

O avô também não esteve presente nesta cerimónia. Juan Carlos deixou Espanha em 2020, no âmbito de investigações sobre alegadas irregularidades financeiras relacionadas com negócios na Arábia Saudita, e vive actualmente em Abu Dhabi.

As investigações foram posteriormente arquivadas devido à insuficiência de provas e ao estatuto de limitações. Juan Carlos recusou-se a comentar as várias alegações de irregularidades.

Os opositores da monarquia consideram ilegítima a coroação de Juan Carlos em 1975, afirmando que ele foi preparado para suceder ao ditador Francisco Franco.

Os defensores da monarquia afirmam que os espanhóis puderam escolher a forma de Estado quando votaram a Constituição de 1978, que consagrou uma monarquia parlamentar que descrevem como simbólica e apolítica.