FIFA afasta Luis Rubiales do futebol durante três anos

Castigo, motivado pela conduta do ex-presidente da RFEF no caso Jeni Hermoso, tem aplicação a nível nacional e internacional.

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Luis Rubiales na cerimónia de recepção à selecção feminina, após a conquista do Mundial 2023 EPA/Juan Carlos Hidalgo
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O Comité Disciplinar da FIFA decidiu afastar Luis Rubiales, ex-presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), de todas as actividades relacionadas com futebol durante os próximos três anos. Uma sanção que produz efeitos a nível nacional e internacional, e que foi determinada pela infracção ao artigo 13.º do Código Disciplinar do organismo, na sequência do caso que envolveu a jogadora espanhola Jeni Hermoso.

"A FIFA reitera o seu compromisso absoluto de respeitar e proteger a integridade de todas as pessoas, e de zelar pelo respeito das normas básicas de conduta cívica", pode ler-se no comunicado emitido pelo organismo.

Em causa, recorde-se, está o incidente que envolveu Rubiales e Jenni Hermoso, durante a entrega de medalhas às jogadoras espanholas, ainda no estádio, logo depois da final do Mundial. O ex-dirigente beijou a jogadora, que mais tarde viria a afirmar que o gesto não fora consentido, enquanto Rubiales insistiu sempre que tinha sido consensual.

Depois de ter sido suspenso provisoriamente pela FIFA, Luis Rubiales vê agora a decisão de afastamento tornar-se mais sólida, tendo sido notificado nesta segunda-feira. Entretanto, o ex-líder da RFEF anunciou que recorrerá para o Comité de Apelo da FIFA.

Luis Rubiales garantiu, na rede social X, que irá "até à última instância para que se faça justiça e se reponha a verdade".

"Fui notificado pela FIFA da decisão e, desde já, anuncio que vou recorrer", escreveu Rubiales antes de historiar todo o processo, destacando o facto de apenas dois dias após a primeira notificação da FIFA (a 24 de Agosto) sobre a abertura de um processo disciplinar, ter sido suspenso preventivamente por 90 dias. Decisão que, segundo Rubiales, não terá observado o prazo de dez dias para expor a sua versão dos factos.

Rubiales considera que o procedimento do Comité Disciplinar da FIFA se caracterizou por "emitir decisões não fundamentadas" e que, na prática, o impediu de recorrer. Isto, para além de a 24 dias de cumprir a suspensão de três meses ainda não ter sido ouvido em audiência para apresentar a defesa.

O ex-líder da RFEF lamenta ainda que os fundamentos da suspensão de 90 dias apenas tenham sido conhecidos a 15 de Setembro, quatro dias antes de ter sido notificado pelo Comité Disciplinar - e já depois de ter apresentado, a 11 de Setembro, a renúncia aos cargos de presidente da RFEF e de vice-presidente da UEFA.

Uma linha temporal que Rubiales acredita suficiente para rebater e invalidar a argumentação relativa à urgência de uma tomada de decisão pelo facto de o dirigente poder interferir com a "justiça" face à natureza dos cargos "que... já não ocupava. Como poderia constituir um perigo se já tinha renunciado?".

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