Aluno que agrediu professor com ferro em Felgueiras acusado de tentativa de homicídio
Já com vítima caída no chão, estudante “desferiu-lhe várias pancadas, tentando atingi-lo na cabeça, enquanto dizia ‘Eu mato-te’”, descreve acusação do Ministério Público.
O Ministério Público acusou de homicídio qualificado, na forma tentada, o aluno de 16 anos que em Junho agrediu com um ferro um professor numa escola de Felgueiras, no distrito do Porto.
De acordo com a informação disponível no site da Procuradoria-Geral Distrital do Porto, o “Ministério Público considerou suficientemente indiciado que no dia 5 de Junho de 2023, de manhã”, o arguido “munido com um ferro com 66 centímetros de comprimento desferiu com o mesmo uma pancada na cabeça do professor, fazendo-o cair ao chão”. Tudo se passou na Escola Básica dos 2.º e 3.º Ciclos de Lagares.
Após a pancada inicial, com o docente caído no chão, “desferiu-lhe várias pancadas, tentando atingi-lo na cabeça, enquanto dizia ‘Eu mato-te’, só não o tendo conseguido por a vítima de 46 anos ter tentado defender-se, agitando os braços e as pernas”. São ainda descritos os antecedentes da agressão: “Após perturbar um dos colegas de turma, este aluno foi advertido pelo professor, que lhe comunicou que iria participar disciplinarmente junto da direcção da escola.”
“Perante a advertência”, lê-se ainda, “o arguido começou a entrar e a sair diversas vezes da sala de aula, persistindo com este comportamento mesmo após ter sido advertido pelo docente para não o fazer”. Foi perante este comportamento que o professor se deslocou ao gabinete da direcção para reportar o sucedido. A agressão dá-se quando regressa à sala de aula.
“A conduta do arguido só cessou com a intervenção de uma funcionária daquele estabelecimento de ensino que, alertada pelo barulho do arguido, logrou agarrá-lo retirando-lhe o ferro das mãos, impedindo assim que continuasse com aquela conduta delituosa”, descreve a Procuradoria-Geral Distrital do Porto, frisando que a vítima “sofreu uma ferida no crânio e várias escoriações e equimoses nos membros superiores e membro inferior direito”.
O Ministério Público explica que o jovem continua sujeito à medida de coacção de obrigação de permanência na habitação, com vigilância electrónica, estando proibido de contactar, por qualquer meio, com o docente e as testemunhas da agressão.
O professor foi transportado de ambulância para o hospital de Penafiel com uma “ferida profunda na cabeça” e hematomas nos membros superiores e inferiores, disse à data o comandante dos bombeiros de Felgueiras, Júlio Pereira. Já fonte da GNR explicou que o agressor frequentava o ensino especial.