Não Sou Nada – The Nothingness Club: Edgar Pêra no clube dos heterónimos de Pessoa

Edgar Pêra assina um filme lúdico e misterioso que encena as múltiplas identidades de Fernando Pessoa como assalariados do poeta.

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Edgar Pêra respeita a obra de Pessoa, mesmo quando a trai
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Já falámos disto há uns meses — quando Não Sou Nada teve a sua estreia em Roterdão —, mas a ideia é tão notável que nunca é demais repeti-la: pôr Fernando Pessoa a jogar matraquilhos com os heterónimos. É uma ideia que provavelmente só teria podido sair da cabeça em permanente ebulição de Edgar Pêra, cineasta bulímico e audaz cuja mente consciente parece estar directamente ligada ao seu inconsciente. Gosto adquirido, certamente, capaz de tentar uma comédia popular como Virados do Avesso e a sua desconstrução com A Janela, cine-ensaísta e arquivista, apaixonado do cinema clássico, mas também tecnofuturista a tentar fazer filmes que mais ninguém fez/faz/fará.

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