Sergio Ramos respeitou passado no reencontro com Real e Ancelotti
Perto de atingir os mil jogos na carreira, o defesa do Sevilha até podia ter marcado aos “blancos”, que têm liderança da Liga espanhola em risco.
Com a terceira ronda da Liga dos Campeões no horizonte, os próximos adversários das três equipas portuguesas na principal prova de clubes da Europa entraram neste sábado em acção. Em destaque, o Real Madrid, líder da Liga espanhola, que cedeu terreno na deslocação a Sevilha, onde empatou (1-1) no reencontro do defesa Sergio Ramos com a equipa da capital, depois da partida do central para Paris, em 2021.
Esperada em Braga dentro de 48 horas, a formação orientada pelo treinador italiano Carlo Ancelotti - que hoje pode ser alcançada no topo da La Liga pelo Girona - precisava de um triunfo para evitar uma possível aproximação do rival Barcelona antes do clássico do Olímpic Lluís Companys, já no próximo sábado.
Resultado que Sergio Ramos não podia patrocinar, especialmente depois do autogolo assinado em Barcelona, a ditar o triunfo dos catalães. Nesta segunda passagem por Madrid, onde chegou no ano em que Sergio Ramos saiu, Carlo Ancelotti tinha prometido um abraço fraterno ao antigo pupilo, a quem atribuiu responsabilidades no trajecto como técnico dos “merengues”, recordando o golo salvador, aos 90+3’, na final da Champions de 2013-14, disputada no Estádio da Luz, frente ao Atlético de Madrid. Golo que forçou o prolongamento onde o Real finalmente conquistou a “La décima”, por 4-1.
Quase dez anos depois, Carlo e Sergio saudaram-se no início e no final de uma partida em que o defesa de 37 anos até poderia ter marcado o primeiro golo desde que regressou a Sevilha, emblema no qual iniciou a carreira que deu a conhecer o europeu mais jovem de sempre a atingir a marca dos 100 jogos pela selecção (com 26 anos). Ele que detém o recorde (destacado) em Espanha, com 180 internacionalizações, mais 13 do que Casillas.
Choque de centrais
Num jogo quente, em que teve de lidar com os jogadores que chegaram a Madrid com a missão de tentar fazer esquecer o antigo “xerife”, o defesa central viu o austríaco David Alaba - a quem impedira, sobre a linha, de marcar pelos de Madrid - comprometer com um golo na própria baliza. Momento infeliz que o ex-companheiro e parceiro de incontáveis lutas Dani Carvajal corrigiria instantes depois com o golo do empate. Também o internacional alemão Antonio Rüdiger (campeão europeu pelo Chelsea) sofreu a pressão do antigo dono da área dos “merengues” ao não conseguir evitar o choque numa intensa guerra de nervos em que o espanhol continua a ser mestre.
Ramos, que sonhou com a estreia a marcar pelo Sevilha no Olímpic Lluís Companys, há três semanas, estava agora proibido de repetir o autogolo da Catalunha. A polémica dominaria, certamente, os próximos tempos. Na inversa, depois de limpar alguns lances de perigo para a baliza de Nyland, o central até poderia ter marcado num cabeceamento que exigiu de Kepa os melhores reflexos para evitar outro desfecho. No final, Ramos respeitou o passado e as raízes, mantendo-se relevante.