Taxa do crédito à habitação nos últimos três meses já vai em 4,366%

No conjunto dos contratos, a “factura” com juros representou 59% em Setembro, quando era 21% em 2022.

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Custo dos empréstimos mais antigos subiu em Setembro Miguel Manso
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A taxa de juro implícita no conjunto dos contratos de crédito à habitação fixou-se em 4,270% em Setembro, uma subida acentuada face a Agosto (4,089%). Trata-se do valor mais elevado desde Março de 2009, revela o Instituto Nacional de Estatística.

Nos contratos celebrados nos últimos três meses, que para este caso se referem ao período entre Junho e Agosto, a taxa é ainda mais elevada, situando-se em 4,366% (face a 4,331%), o valor mais elevado desde Abril de 2012.

A subida das taxas de juro do total dos contratos espelha a subida das taxas Euribor, a que está associada a maioria dos contratos. Nos empréstimos mais recentes a razão é a mesma, mas também está a ter impacto o valor elevado das taxas mistas ou fixas, modalidades em que se estão a ganhar relevância.

As taxas de juro mais elevadas fazem disparar, por outro lado, a percentagem de juros pagos e reduzem o montante a amortizar, como mostram os dados do INE.

Assim, a prestação média fixou-se em 386 euros em Setembro, o valor máximo desde o início da série (Janeiro de 2009), mais sete euros que em Agosto e mais 114 euros que em Setembro de 2022, o que traduz um aumento homólogo de 41,9%.

Com essa subida, a parcela relativa a juros representou 59% da prestação média, o que compara com 21% em Setembro de 2022.

Nos contratos celebrados nos últimos três meses, o valor médio da prestação subiu cinco euros face ao mês anterior, para 628 euros em Setembro, o que representa um aumento de 33,3% face ao mesmo mês do ano anterior.

No total da carteira de crédito, o capital médio em dívida aumentou 222 euros, para 63.962 euros.

Bem mais elevado é o capital em dívida nos contratos celebrados nos últimos três meses, em que o montante médio foi 123.392 euros, mais 428 euros que em Agosto.

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