O Mundial 2030 terá 104 jogos em 18 estádios

Visitas técnicas da FIFA já começaram, com Portugal e Espanha a iniciarem o processo.

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Portugal tem três estádios do primeiro grupo Reuters/PEDRO NUNES

Portugal, Espanha e Marrocos apresentarão em Julho de 2024 o dossier da organização do Mundial de futebol de 2030 e a previsão aponta para a utilização de 18 estádios nos 104 jogos, disse esta quinta-feira o coordenador da candidatura, António Laranjo.

Numa conferência dedicada à sustentabilidade no desporto, realizada na sede do Comité Olímpico Espanhol, em Madrid, Laranjo revelou que quando a candidatura começou a ser desenvolvida, o cenário era de um campeonato com 80 jogos e 14 estádios, tendo, entretanto, existido "um incremento brutal".

Dos 104 jogos previstos no Mundial 2030, três serão de celebração do centenário dos campeonatos mundiais de futebol e terão lugar na Argentina, Uruguai e Paraguai, não estando abrangidos pela candidatura de organização do evento apresentada pelas federações de Portugal, Espanha e Marrocos.

Segundo António Laranjo, a candidatura já fez "visitas técnicas" a três estádios em Portugal e a 15 em Espanha, seguindo-se Marrocos.

O objectivo dessas visitas é fazer um relatório de diagnóstico com os requisitos da FIFA e, paralelamente, chegar a um orçamento, disse António Laranjo, explicando que os estádios em causa foram divididos em quatro grupos, estando no primeiro aqueles que estão prontos e preparados para receber de imediato um jogo do campeonato mundial... situação em que se encontram os três estádios portugueses.

O Estádio da Luz, o maior recinto desportivo português, com uma capacidade a rondar os 65 mil espectadores, o Estádio do Dragão e o Estádio de Alvalade, ambos com aproximadamente 50 mil lugares, são os únicos recintos nacionais que correspondem às exigências da FIFA para acolher encontros de Mundiais.

"Temos estádios do grupo 1 e não vamos construir nenhum", referiu o coordenador da candidatura. Também Espanha e Marrocos têm "vários estádios" neste primeiro grupo.

Os restantes casos são estádios que precisam de "pequenas reformas", como aumento de lugares nas bancadas ou outros "ajustamentos" para serem incorporados na candidatura (grupo 2); estádios que já estão neste momento em remodelação ou em construção (grupo 3); estádios que precisam de reformas mais profundas ao até, "em algum caso", de serem eventualmente construídos (grupo 4).

António Laranjo não deu mais detalhes sobre os estádios por aguardarem visitas e estar em curso a elaboração do relatório de diagnóstico. Laranjo disse, ainda, haver um compromisso de serem feitos investimentos "onde se justifiquem" e em infra-estruturas que as pessoas possam usar no futuro.

"Não queremos construir por construir. Não queremos estádios para ficarem vazios e sem público depois do campeonato", afirmou, dizendo ainda que "o foco nos estádios" não é o único "e nem sequer o mais importante".

António Laranjo deu como exemplo os custos de um estádio, cuja construção pode alcançar dezenas ou centenas de milhões de euros, e o de um centro de treinos, que pode ser conseguido com dois milhões de euros.

No primeiro caso, a expectativa é ser cenário de um jogo a cada duas semanas, enquanto um centro de treinos pode receber "crianças e jovens a fazer desporto desde as oito da manhã até às nove ou dez da noite".

"É preciso racionalidade no que fazemos, investir na política sustentável do desporto. As pessoas são o centro, o foco do que queremos na nossa candidatura", reforçou.

António Laranjo acrescentou que a candidatura tem preocupações ambientais e de sustentabilidade, assim como sociais, com preocupações e objectivos que passam pela diversidade ou o multiculturalismo.

Segundo explicou, foi feita uma parceria com o Comité Olímpico e com a consultora Deloitte para desenvolver a candidatura na área ambiental, para que o mundial seja "efectivamente sustentável".

António Laranjo explicou que os Jogos Olímpicos, o maior evento desportivo do mundo, são sustentáveis e o Comité Olímpico tem essa experiência, que pode ser agora aproveitada para o Mundial 2030, que será, por seu turno, o evento desportivo com maior disseminação territorial, estendendo-se por vários continentes e países.

A candidatura pretende ainda ter "um pilar de investigação" para desenvolver, adaptar e aproveitar melhor as novas tecnologias nos estádios.

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