A Mulher que Há em Mim chega aos escaparates na próxima terça-feira, 24 de Outubro — em Portugal, pela editora Arena —, mas já começam a ser revelados trechos da aguardada biografia da princesa da pop, a que a revista norte-americana People teve acesso exclusivo e que inclui algumas informações inéditas, como um aborto durante o romance com Justin Timberlake. “Ele disse que não estávamos prontos para ter um bebé nas nossas vidas, que éramos demasiado novos”, explica Britney Spears.
Ao longo de 272 páginas, a estrela relata ainda instantes da sua conturbada vida, das bebedeiras com a mãe, quando ainda frequentava o liceu, ao quanto detestava a forma como foi infantilizada durante a longa tutela a que esteve submetida. Seis revelações que antecedem o lançamento do livro.
O aborto a pedido de Timberlake
“Foi uma surpresa, mas, para mim, não foi uma tragédia. Eu amava tanto o Justin. Sempre esperei que um dia formássemos uma família. Isto seria muito mais cedo do que eu tinha previsto”, escreve Spears em A Mulher que Há em Mim. “Mas o Justin não estava mesmo nada contente com a gravidez. Ele disse que não estávamos prontos para ter um bebé nas nossas vidas, que éramos demasiado novos.”
A princesa da pop confessa ainda que foi “uma das coisas mais agonizantes” da sua vida, garantindo que, se a decisão dependesse apenas dela, “nunca o teria feito”. Já o namorado “tinha a certeza de que não queria ser pai”.
Britney Spears e Timberlake namoraram entre 1999 e 2002. Hoje, a cantora tem dois filhos (Sean, de 18, e Jayden, de 17), do seu segundo casamento, com o bailarino Kevin Federline. O actor e cantor é casado com Jessica Biel desde 2012 e tem dois filhos: Silas, com 8 anos, e Phineas, de 3.
O martírio da representação
“A experiência [no filme Crossroads - Destinos, de 2002] não foi fácil para mim. O meu problema não era com ninguém envolvido na produção, mas com o que a representação fazia à minha cabeça.” A artista explica que tentou recorrer ao método, mas, depois, “não sabia como sair da minha personagem”. E assume: “Tornei-me realmente noutra pessoa. Algumas pessoas fazem representação metódica, mas normalmente estão conscientes do facto de que o estão a fazer. Eu não conseguia fazer a separação.”
Britney Spears já tinha um extenso currículo a aparecer no ecrã, mas sempre a vestir a sua própria pele. A primeira experiência como actriz foi em Crossroads - Destinos, comédia romântica de Tamra Davis, que protagonizou como Lucy. A história girava em torno de três amigas de infância que se juntavam a um rapaz que tinham acabado de conhecer para uma roadtrip de redescoberta. O filme de estreia valeu a Spears uma nomeação para o Razzie de pior actriz.
As bebedeiras com a mãe aos 13 anos
“Por diversão, a partir do oitavo ano, a minha mãe e eu fazíamos uma viagem de duas horas de Kentwood a Biloxi, no Mississípi, e, enquanto lá estávamos, bebíamos daiquiris”, escreve Spears, assumindo que essas escapadinhas lhe trazem boas recordações. “A forma como bebíamos não era nada parecida com a forma como o meu pai o fazia. Quando ele bebia, ficava mais deprimido e fechado. Nós tornávamo-nos mais felizes, mais vivas e aventureiras.” E conclui: “Adorava o facto de poder beber com a minha mãe de vez em quando.”
A cabeça rapada
Em 2007, a princesa da pop entrou numa espiral descendente, que incluiu o consumo abusivo de álcool e estupefacientes, noitadas (com a amiga Paris Hilton), escândalos e até crimes: foi condenada por conduzir sem carta e por ter batido e fugido, causando danos materiais. Pelo meio, rapou o cabelo. Agora, explica o motivo:
“Eu fui muito observada enquanto crescia. Fui olhada de cima a baixo, as pessoas diziam-me o que achavam do meu corpo, desde que eu era adolescente. Rapar o cabelo foi a minha maneira de reagir. Mas, sob a tutela, fui levada a entender que esses dias tinham acabado. Tive que deixar meu cabelo crescer.”
A tutela do pai
“Tornei-me um robô. Mas não apenas um robô — uma espécie de criança-robô. Tinha sido tão infantilizada que estava a perder pedaços daquilo que me fazia sentir eu própria”, explica Spears no livro. “A tutela despojou-me da minha feminilidade, transformou-me numa criança. Tornei-me mais uma entidade do que uma pessoa no palco. Sempre senti a música nos meus ossos e no meu sangue; eles roubaram-me isso.”
O terror nos VMA de 2001
Em 2001, Spears cantou I'm a slave 4 u com uma pitão birmanesa albina aos ombros durante os MTV Video Music Awards, um momento que recorda na sua biografia como aterrorizante. “Tornou-se um momento icónico na história dos VMA, mas foi ainda mais aterrador do que parecia. Eu só olhava para baixo, porque sentia que se olhasse para cima e a visse, ela matava-me.”
Artigo corrigido com informação dos dois filhos de Justin Timberlake e Jessica Biel