Vem aí um eclipse solar anular. Mas só será possível ver na América

Neste sábado, a Lua vai passar a cerca de 397 mil quilómetros da Terra e não conseguirá tapar totalmente o Sol, que vai aparecer sob a forma de um anel.

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Um eclipse solar anular em Jabal Arba, na Arábia Saudita, a 26 de Dezembro de 2019 HAMAD I MOHAMMED/Reuters
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A Lua vai tapar o Sol neste sábado, 14 de Outubro, mas não totalmente. Trata-se de um eclipse solar anular, mas que só estará visível nalgumas partes da América.

Mas o que é um eclipse solar anular? É um eclipse parcial “porque o Sol não fica completamente tapado”. Mas este “é um parcial muito especial” a que os cientistas chamam “anular”, começa por explicar ao PÚBLICO Máximo Ferreira, astrónomo e director do Centro Ciência Viva de Constância. Anular porque o diâmetro que a Lua vai aparentar será menor do que o do Sol, o que faz com que o Sol se pareça com um “anel de fogo” e a maior parte da luz solar seja bloqueada.

Máximo Ferreira destaca que “só pode haver um eclipse do Sol na Lua Nova”, fase em que a Lua se encontra entre a Terra e o Sol, algo que acontece, em média, duas vezes por ano. Acontece que a órbita da Lua “é um pouquinho achatada”, pelo que se “a Lua passar um bocadinho mais perto da Terra parece-nos maior ou do mesmo tamanho do que o Sol” e se passar ligeiramente mais longe parece-nos mais pequena do que o Sol.

Neste sábado, a Lua vai passar a cerca de 397 mil quilómetros da Terra (a distância média é de 384 mil quilómetros), o que faz com que “esteja lá mais longe e pareça mais pequena”. Não conseguirá, por isso, tapar totalmente o Sol, que vai aparecer sob a forma de um anel.

Porém, “um eclipse do Sol só pode ser visto na parte da Terra onde é dia”, destaca Máximo Ferreira. O astrónomo sublinha ainda que “como a Lua é uma coisa pequenina, ela vai passando à frente da Terra e vai fazendo uma espécie de pincelada de sombra sobre a Terra” — e esta “pincelada é estreitinha”, o que significa que “ocorrem muitos eclipses solares que nós não podemos ver no sítio onde estamos, ainda que eles ocorram quando no nosso sítio é dia”. Por outras palavras, “se esta pincelada de sombra passar num sítio da Terra muito longe de onde nós estamos, mesmo que seja de dia não conseguimos ver o Sol a tapar-se”.

Desta vez, esta faixa de sombra passará pelo Sul dos Estados Unidos, México, Nicarágua, Colômbia, Panamá, Norte e Nordeste do Brasil, segundo Máximo Ferreira. Em Portugal, não será possível observar este fenómeno.

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Mapa mostra a visibilidade do eclipse solar anular de 14 de Outubro de 2023 em vários locais no planeta TIME AND DATE

Ainda assim, Máximo Ferreira aconselha as pessoas a terem alguns cuidados e a não olharem directamente para o Sol (nem com um telescópio) durante a tarde de sábado. Nos sítios onde será possível observar este fenómeno, as pessoas terão de utilizar “filtros especiais” para proteger os olhos.

Os próximos eclipses

A NASA sublinha, por sua vez, que “durante um eclipse anular como o que se aproxima a 14 de Outubro, mesmo com o Sol coberto até 90%, o céu permanece bastante brilhante”. Quem estiver num local onde o eclipse seja visível “terá a oportunidade de observar o famoso efeito ‘anel de fogo’, mas é importante gerir as suas expectativas e lembrar-se de que serão necessários óculos de observação solar durante todo o evento”, acrescenta.

Em 2003, foi possível ver um eclipse solar anular no Norte de Portugal. Ainda este ano, a 28 de Outubro, haverá um eclipse lunar parcial — o que acontece quando a Lua é ocultada pela sombra da Terra —, que poderá ser visto durante a noite em Portugal. Em Abril de 2024, haverá também um eclipse solar total, que em Portugal apenas será parcial. Teremos de esperar mais três anos para que possamos ver no país um eclipse solar total, a 12 de Agosto de 2026.

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