Marta Temido já prepara “programa alternativo” para Lisboa com uma “visão mais alta”

A ex-ministra da Saúde asume que quer ser autarca e critica que a capital seja sobretudo “um espaço que não é para as pessoas viverem”, mas para “servir outros que vêm cá fazer viagens, turismo”.

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Marta Temido, actual líder do PS Lisboa Matilde Fieschi
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Marta Temido, ex-ministra da Saúde, admite que “gostava de ser autarca” e que pode candidatar-se a Lisboa se isso “for importante” para a cidade e “para os lisboetas”. “Claramente” estará “presente” e não virará “costas às dificuldades e a um combate por um projecto”.

Numa entrevista ao semanário Expresso, a actual dirigente do PS-Lisboa diz que o cargo de autarca “deve ser dos lugares mais desafiantes pela panóplia de problemas com que se confrontam e por aquilo que representam hoje as cidades em termos de mosaico de problemas sociais.”

Questionada sobre se iria trabalhar numa aliança de esquerda para conquistar Lisboa, Temido resguardou-se, afirmando ser “prematuro” falar sobre isso. Contudo, considerou que os “lisboetas e Lisboa ganharam quando a esquerda se soube juntar e soube construir em conjunto”.

Admitiu, ainda, estar a construir um “programa alternativo” para Lisboa: não apenas para um “ciclo político”, mas com uma “visão mais alta”. “A nossa ideia é ter um conjunto de sessões de carácter itinerante onde se discutem os problemas da cidade, mas também as soluções”, começou por dizer. “Pretendemos conduzir esse processo ao longo do próximo ano para no início do outono que vem, a um ano das autárquicas”, concluiu.

Critica o facto de, em Lisboa, estar-se a “criar um espaço que não é para as pessoas viverem”, mas para “servir outros que vêm cá fazer viagens, turismo”. E depois remata: “Há espaço para tudo, mas isso não pode ser o central na vida de uma cidade.”

Não confirma ou desmente que será a cabeça de lista do PS às eleições europeias: “Será a solução que melhor servir os interesses do colectivo e da população num determinado momento”, diz apenas. E, sobre a saúde, admitiu haver um “tema” — a “carência de profissionais de saúde” — “que não há pacote financeiro que consiga resolver”.

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