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Morreu Louise Glück, Nobel da Literatura em 2020

Poeta norte-americana tinha 80 anos.

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EPA/SHAWN THEW
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A poeta norte-americana Louise Glück, distinguida em 2020 com o Prémio Nobel da Literatura, morreu esta sexta-feira aos 80 anos. A notícia foi confirmada pela Associated Press junto de Jonathan Galassi, editor de Glück na Farra, Straus & Giroux. Desconhece-se a causa da morte.

Colocada entre os maiores poetas contemporâneos dos Estados Unidos, Glück tinha também recebido um Pulitzer e o National Book Award. Em 2020, em plena pandemia, e sem direito a uma cerimónia de entrega do Nobel em Estocolmo, a Academia Sueca escolheu-a pela “sua inconfundível voz poética, que com austera beleza torna universal a existência individual”, sublinhando a "busca de claridade" da sua poesia, influenciada por Shakespeare, pelos gregos, pelo cânone clássico, marcadamente pessoal mas acessível a leitores pouco familiarizados com o género.

Sobre ela, escreveu Hugo Pinto Santos em 2021 no PÚBLICO: “Não erraremos muito se dissermos que Louise Glück seria, à partida, uma candidata invulgar ao Prémio Nobel. É autora de uma poesia que poderá situar-se num dos possíveis pólos opostos de uma escrita voltada para as manifestações públicas, ou que fosse especialmente interessada na política do seu tempo, mesmo na História ou apta a fazer frente a uma contemporaneidade pautada pela rapidez, o consumo imediato, o apagamento posterior à utilização, a ultrapassagem constante — o eterno agora.”

A escrever desde finais dos anos 60, foram The Triumph of Achilles (1985), Ararate (1990) e A Íris Selvagem (1992) a celebrizar a sua obra, editada em Portugal pela Relógio D'Água, só após o Nobel. O seu último livro de poesia fora Winter Recipes for the Collective, editado em 2021, já após a consagração internacional.

Nascida em Nova Iorque a 22 de Abril de 1943, descendente de judeus da Europa de Leste, Glück fora até recentemente professora de Literatura em Yale e fora nomeada este ano professora de Inglês em Stanford. Dividia o seu tempo entre o Massachusetts e a Califórnia, tendo também vivido muitos anos no Vermont.

"A vantagem da poesia sobre a vida é que a poesia, se for suficientemente incisiva, talvez perdure", escreveu uma vez.

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