Israel: Portugal e Palestina concordam com necessidade de cessar a violência

João Gomes Cravinho, ministro dos Negócios Estrangeiros, falou por telefone com o seu homólogo palestiniano. A “situação na região e as perspectivas futuras” foram tema de conversa.

Foto
João Gomes Cravinho, ministro dos Negócios Estrangeiros LUSA/RODRIGO ANTUNES
Ouça este artigo
00:00
03:13

O ministro dos Negócios Estrangeiros português falou esta quinta-feira com o seu homólogo palestiniano, com quem concordou sobre a "necessidade de cessar a escalada de violência e de investir na acção político-diplomática".

Durante uma conversa telefónica, João Gomes Cravinho e o chefe da diplomacia palestiniana, Riyad al-Maliki, abordaram a "situação na região e as perspectivas futuras após as recentes [reuniões] ministeriais [da] UE [União Europeia] e [da] Liga Árabe", segundo uma publicação do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) na rede social X. "Convergência quanto à necessidade de cessar a escalada de violência e de investir na acção político-diplomática", acrescenta a publicação do MNE.

O ministro português também falou na quarta-feira com o homólogo de Omã, Badr al-Busaidi, "sobre a situação em Israel e na região". "Boas perspectivas quanto ao reforço das relações" entre Portugal e Omã, segundo o Palácio das Necessidades.

O chefe da diplomacia portuguesa já tinha contactado, na terça-feira, o seu homólogo israelita, Eli Cohen, a quem pediu a salvaguarda de vidas civis no conflito com o Hamas, condenando o ataque do movimento islamita.

"Na conversa telefónica com o ministro Eli Cohen, sublinhei a amizade entre Portugal e Israel e o pesar colectivo da nossa sociedade face aos abjectos ataques perpetrados pelo Hamas", escreveu o ministro dos Negócios Estrangeiros português na rede social X.

Na conversa com o homólogo israelita, Cravinho manifestou solidariedade em relação ao ataque realizado no sábado pelo grupo islâmico Hamas, oferecendo as condolências pelas vítimas mortais. Foram ainda abordadas "as perspectivas para o futuro e a necessidade de salvaguardar ao máximo vidas civis" na guerra declarada por Israel contra o grupo islâmico.

Horas antes, Cravinho falara telefonicamente com os seus homólogos do Egipto e da Jordânia, sobre a situação em Israel e na região do Médio Oriente, de acordo com o ministério.

O grupo islamita Hamas lançou sábado um ataque surpresa contra o território israelita, sob o nome de operação "Tempestade al-Aqsa", com o lançamento de milhares de rockets e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.

Em resposta ao ataque surpresa, Israel bombardeou a partir do ar várias instalações do Hamas na Faixa de Gaza, na operação denominada "Espadas de Ferro". Israel declarou guerra total e prometeu castigar o Hamas como nunca antes, tendo o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, declarado estar "em guerra" com o grupo palestiniano.

O Hamas controla a Faixa de Gaza desde 2007 e é classificado como "grupo terrorista" pela União Europeia (UE), Estados Unidos e Israel. Os dados oficiais de vítimas mortais do conflito desencadeado sábado pelo grupo islamita apontam para 1300 mortes em Israel e 1354 na Faixa de Gaza, indicaram esta quinta-feira fontes oficiais das duas partes.

Além dos 1300 mortos em Israel, e segundo os últimos dados do Ministério da Saúde israelita, foram hospitalizadas 3268 pessoas, das quais 28 em estado crítico, 348 em estado grave e 581 em estado moderado. Do lado de Gaza, adianta o Ministério da Saúde palestiniano, além da morte de 1354 pessoas, muitas delas civis, somam-se 6049 feridos em diferentes estados, bem como 31 mortos na Cisjordânia, onde também foram contados cerca de 180 feridos.