INE confirma abrandamento da inflação para 3,6% em Setembro

A taxa de inflação homóloga fixou-se nos 3,6% em Setembro, descendo ligeiramente face aos 3,7% de Agosto.

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Paulo Pimenta
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A taxa de inflação homóloga recuou ligeiramente face a Agosto e fixou-se em 3,6% em Setembro, confirmou esta quinta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Após a subida do índice de preços no consumidor (IPC) registada em Agosto (de 3,1% para 3,7%), o indicador caiu 0,1 pontos percentuais em Setembro.

O indicador de inflação subjacente (que retira da análise os produtos alimentares não-transformados e energéticos, como os combustíveis, que têm preços mais voláteis) registou uma variação de 4,1% (4,5% em Agosto).

Segundo o INE, a variação do índice relativo aos produtos energéticos “situou-se em -4,1% (-6,5% no mês precedente) e o índice referente aos produtos alimentares não-transformados desacelerou para 6,0% (6,4% no mês anterior)”.

A variação média dos últimos 12 meses diminuiu para 6,3%, face aos 6,8% em Agosto.

O Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) apresentou uma variação homóloga de 4,8%, menos 0,5 pontos percentuais face a Agosto, mas mais 0,5 pontos relativamente “ao valor estimado pelo Eurostat para a zona euro”, alargando uma diferença que em Agosto havia sido de 0,1 pontos. Porém, excluindo os produtos alimentares e energéticos, a variação homóloga do IHPC foi de 5,5% em Setembro, em linha com a evolução na zona euro.

Em Setembro, nas classes com maiores contribuições positivas para a variação homóloga do IPC “destaca-se a dos bens alimentares e bebidas não-alcoólicas” (com uma variação face a Setembro do ano passado de 6,44%) e, em sentido contrário, verifica-se “a contribuição negativa da habitação, água, electricidade, gás e outros combustíveis” (menos 1,37%).

Relativamente aos produtos energéticos, o INE explica que, depois da redução de preços registada a partir da segunda metade de 2022, desde Julho de 2023 a tendência tem sido de subida, ainda que os preços continuem em níveis mais baixos do que no passado.

Em Setembro, os preços destes bens (que incluem electricidade, gás e combustíveis) estavam 19,5% acima do nível médio de 2021, embora estivessem 4,1% abaixo do que se verificou em Agosto de 2022. Mas, comparando com Agosto deste ano, registou-se um aumento de preços de 1,7% nesta categoria de produtos, mantendo-se “a trajectória de aumento da taxa homóloga iniciada em Julho”.

Relativamente aos bens alimentares e bebidas não-alcoólicas, a taxa de inflação homóloga foi de 6,44%. O INE refere que se verificou uma “redução da taxa de variação homóloga na maioria das categorias, com a excepção mais relevante a verificar-se nos óleos e gorduras”.

Gasóleo aumenta 4,36% em Setembro

A taxa de variação mensal dos preços em Setembro foi de 1,1% e a classe com maior contributo positivo para a variação mensal do índice total foi a do vestuário e calçado (de 24,6%) devido ao início da comercialização dos produtos da época Outono/Inverno.

O gasóleo foi igualmente um dos subgrupos de produtos que contribuíram para a subida mensal de preços, com uma variação de 4,36% face a Agosto. Já a classe com maior contributo negativo para a variação mensal do IPC foi a dos restaurantes e hotéis: -0,9%.

Rendas sobem mais na Madeira

O INE refere ainda que a variação homóloga das rendas de habitação por metro quadrado foi 4,9% em Setembro de 2023 (0,1 pontos face ao verificado em Agosto) e que em todas as regiões houve aumentos face ao mesmo período do ano passado. Contudo, a Região Autónoma da Madeira registou “o aumento mais intenso (5,5%)”.

O valor médio das rendas de habitação por metro quadrado subiu 0,4% face a Agosto e as regiões com maiores aumentos foram o Centro, Lisboa, Alentejo e Madeira.

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