Ataques de forças governamentais sírias em Idlib e Alepo matam pelo menos 36 pessoas

Governo sírio aumenta intensidade dos bombardeamentos em resposta ao ataque a uma academia militar na província de Homs.

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Socorristas combatem um incêndio em Idlib, após um bombardeamento EPA/YAHYA NEMAH

Pelo menos 36 pessoas morreram e 201 ficaram feridas nos últimos quatro dias, depois das tropas governamentais sírias terem lançado uma série de ataques contra as províncias de Idlib e Alepo, no norte do país, afirmou este domingo a ONU.

Segundo um comunicado do Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês), que cita um balanço fornecido pelas autoridades de saúde locais, 38 mulheres e 48 crianças estão entre os feridos.

O gabinete regista que, desde quinta-feira, “bombardeamentos e ataques aéreos contínuos atingiram mais de 1100 locais” em Idlib e na zona ocidental de Alepo, dos quais 169 provocaram “mortos, feridos e deslocação de civis”.

Os dados mais recentes da OCHA estima que 25 mil pessoas tenham sido forçadas a fugir das suas casas, em particular nas cidades de Sarmin, Jisr Shugur, Idlib e Daret Azza, embora o organismo estime que os números reais “possam ser muito mais elevados”, dada a volatilidade da situação.

A mesma nota informativa aponta que os ataques “afectaram instalações e infra-estruturas críticas, incluindo a principal central eléctrica de Idlib, dez escolas, instalações de saúde, cinco campos, três gabinetes de organizações não-governamentais, mercados e mesquitas”.

O Governo sírio disse ter lançado ataques “concentrados” contra um grande número de alvos no noroeste do país, reivindicando ter matado e ferido “dezenas” de pessoas.

Os ataques sírios e russos contra áreas controladas pelas forças da oposição ao regime de Damasco intensificaram-se depois de um ataque por um aparelho aéreo não tripulado (drone) ter matado 89 pessoas e ferido outras 277 numa academia militar na província de Homs, durante uma cerimónia de graduação de cadetes, no que foi um dos mais sangrentos de sempre contra instalações do exército sírio. O ministro da Defesa da Síria assistiu à cerimónia de graduação, mas saiu minutos antes do ataque.