Portugal e Roménia sublinham apoio incondicional à Ucrânia

“Estivemos, estamos e estaremos ao lado da Ucrânia”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, junto ao Presidente da Roménia.

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O chefe de Estado da Roménia, Klaus Iohannis, com o Presidente da República EPA/ANTONIO PEDRO SANTOS
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Os chefes de Estado de Portugal e da Roménia sublinharam este sábado, em Lisboa, que vêem "o mundo da mesma maneira" e que apoiam e apoiarão incondicionalmente a Ucrânia.

"Estivemos, estamos e estaremos ao lado da Ucrânia", sublinhou o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, numa conferência de imprensa conjunta no Palácio de Belém, em que prometeu um "apoio permanente" à Ucrânia, inclusive, na sua "justíssima" pretensão de aderir à União Europeia (UE) e à NATO.

"Desde o primeiro dia afirmei que a Roménia vai apoiar a Ucrânia no que for necessário, sem condições", corroborou o chefe de Estado da Roménia, Klaus Iohannis, que está em Portugal em visita de Estado, comprometendo-se a "contribuir ainda mais para facilitar o trânsito de cereais ucranianos". "Nunca dificultámos este trânsito [...], ao contrário de outros países vizinhos", assinalou.

Vinte e cinco milhões de toneladas de produtos agrícolas da Ucrânia passaram já pela Roménia durante a invasão pela Rússia, contabilizou Klaus Iohannis, explicando que isso significa que "a maior parte dos cereais ucranianos já passa pela Roménia a caminho dos mercados internacionais".

Bucareste está também a disponibilizar as suas águas territoriais para o fluxo desses produtos agrícolas, frisou, reconhecendo que a actual situação tem gerado discussões com os produtores romenos. Porém, disse, essas discussões não mudarão a posição de abertura da Roménia. Já quanto à venda dos produtos agrícolas ucranianos, Klaus Iohannis referiu que o processo está a ser decidido em conjunto com as autoridades de Kiev.

Os ataques russos contra portos ucranianos no Danúbio têm-se repetido e, em pelo menos duas ocasiões, foram encontrados fragmentos de "drones" russos do lado romeno, ou seja, em território da NATO. Os incidentes levaram a Roménia a activar alertas telefónicos para avisar os residentes nas zonas fronteiriças de possíveis riscos, bem como à construção de dois abrigos antiaéreos na cidade de Plauru.

A Rússia intensificou os ataques contra os portos fluviais no oeste da Ucrânia depois de ter suspendido, em Julho, a participação no acordo, sob a égide das Nações Unidas, que permitia a exportação de cereais ucranianos bloqueados pela guerra, considerado crucial para a segurança alimentar mundial.

Os aliados ocidentais da Ucrânia têm acusado a Rússia de pôr em perigo a segurança alimentar global ao tentar impedir a saída de cereais do país que invadiu em 24 de Fevereiro de 2022.

Antes da guerra, a Ucrânia e a Rússia forneciam, em conjunto, 28% do trigo consumido no mundo, 29% da cevada, 15% do milho e 75% do óleo de girassol, segundo a revista britânica The Economist.